
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Pânico (Scream, 1996)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
As Pontes de Madison (The Bridges of Madison County, 1994)

As Pontes de Madison é um conto sobre amor, e sobre honestidade, sobre todas coisas que buscamos e as coisas que temos, e como somos obrigados a nos acostumar com elas.
Robert Kincaid, jornalista fotográfico da National Geographic e Francesca Johnson, uma dona de casa do Iowa, não estavam à procura de qualquer reviravolta nas suas vidas. Cada um já tinha chegado a um ponto da vida em que as expectativas pertenciam ao passado. Contudo, quatro dias depois de se conhecerem não querem perder o amor que encontraram. Meryl Streep premiada com Oscares da Academia (foi nomeada pela 10ª vez por esta interpretação) e Clint Eastwood (que produziu e realizou o filme) encantam com uma brilhante e poderosa interpretação dos personagens criados pelo escritor Robert James Waller neste best-seller de amor, decisões e consequências. O Entertainment Weekly afirma: "Streep e Eastwood, tanto em imagem como em espírito, estão tão perfeitos que parecem sair das páginas do livro". Também perfeitos estão os pequenos detalhes e as grandes emoções do grande amor de uma vida. Com sorte, mais cedo ou mais tarde, um amor destes acontece na vida de cada um. Para Robert e Francesca foi tarde. Mas foi glorioso.
Francesca tem uma sinceridade dolorosa sobre a vida, é uma mulher que busca inconscientemente pelo novo, pelo especial, aquilo que a faça tremer, mas que já está acostumada com o convencional e comum, uma espécie de rendição própria, mas todos os seus sonhos e desejos vêm na figura desse homem fotógrafo e forasteiro que a faz sentir viva de novo, mas como ela já está tão acostumada a se render e entregar seus sonhos ao passado é exatamente isso que ela faz, ou pelo menos tenta fazer.
As Pontes de Madison que recentemente foi adaptado para o teatro cativa pela simplicidade em sua essência, que pode ser a palavra chave para melhor descrever a obra adaptada do romance de Robert J. Waller, sem jamais ir para o absurdo e exagerado. É sobre duas pessoas que se amam mas são inteligentes o bastante para enxergar os dois lados dessa relação, sem nunca tirar os pés do chão.
Algumas vezes As Pontes de Madison consegue até ser erótico, mas do seu próprio modo, como na cena em que Francesca toma banho na banheira que Robert tinha acabado de usar.
Meryl Streep e Clint Eastwood são competentes ao perceber que a força do filme não está somente em suas performances, mas no roteiro do filme, percebem que Francesca e Robert se apaixonam um pelo outro por motivos opostos, ela se apaixona por ele por ser um forasteiro cheio de histórias e experiências do mundo, e ele se apaixona por ela por ser uma dona de casa comum e triste, eles percebem que se completam.
O fato é que As Pontes de Madison é um dos romances mais honestos da década de 90.
NOTA: 8,5
Dente Canino (Kynodontas, 2010)

Ultimamente temos acompanhado na TV através de noticiários casos monstruosos sobre atrocidades que alguns pais cometem contra os próprios filhos, como jogar recém-nascido na lata de lixo, ou simplesmente manter a própria filha trancafiada no porão da própria casa e estupra-la diariamente por anos. Esses casos de atrocidades aos poucos vêm sendo representados no cinema de todo mundo, sempre de uma forma polêmica e perturbadora.
Dente canino pode ser considerado um exemplar desse tipo de atrocidade que o ser humano sempre está disposto a fazer em nome do bem próprio, mesmo que isso signifique ferir e torturar o próprio filho. O filme grego de Yorgos Lanthimos, conta a história dos pais que criaram seus três filhos, um menino e duas meninas, sem a interferência ou influência de qualquer outro ser humano além deles, sem influência da Tv, Jornais ou qualquer outro meio de informação, aos poucos no destrinchar da história podemos perceber a deficiência mental causada pelos pais em seus filhos devido à educação destrutiva. Os três filhos cresceram e apesar de já terem se tornado homem e mulheres ainda agem como se fossem crianças que brincam de bonecas e correm pelo quintal de casa.
O filme que recente e supreendentemente foi nomeado ao Oscar 2011 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro tem uma carga de violência muito grande, não só física, mas também mental, porque a todo o momento ficamos atordoados e nos sentimos perturbados por presenciar tudo aquilo, que há pouco tempo achávamos de que seria impossível de acontecer. A degradação humana chega a um ponto tão absurdo que as “crianças” acham que um simples gato pode se tornar uma ameaça mortal para toda a família como se fosse uma fera sedenta por sangue, já que assim avisou o pai deles, e por causa disso o “menino” acabou cortando a cabeça de um pobre animal com uma tesoura de podar. Em outro momento, o “menino” que só mantém relações sexuais com uma estranha que através do pai vai até a casa deles de carro e com os olhos vendados para não reconhecer o caminho, ouve a palavra zumbi e em um impulso de curiosidade pergunta a mãe o que aquilo significa e ela lhe responde que é apenas uma flor amarela. E por aí vai, como na cena em que vemos uma das “meninas” fazendo sexo oral na estranha em troca de um presente qualquer, e aquelas menina acabam acreditando que lamber as outras pessoas é um gesto de agrado e carinho.
Esse tipo de educação absurda e degradante acaba nos fazendo perguntar como poderia ter surgido e como aqueles pais podem ter a coragem de retardar voluntariamente seus próprios filhos, um dos triunfos do roteiro escrito por Yorgos Lanthimos e Efthimis Filippou é que sempre é deixado em aberto de onde aquilo surgiu, podemos perceber sim que aquilo é iniciativa do pai, já que é ele quem sempre tem as rédeas da situação e que sempre faz tudo para aquilo não sair dos trilhos, já que até sua esposa é mantida de “refém” porque acaba partilhando daquela educação, o que nos leva a pensar por algum momento que aquilo não passa de um ato de crueldade, mas isso o roteiro também não define, o que nos faz pensar também que aquilo é uma espécie de crença que o pai tem e que pode tornar seus filhos melhores desse jeito, como se os fins justificassem os meios.
Dente canino é controverso na sua própria controvérsia, não satisfeito de nos fazer presenciar aquela tortura absurda, ainda não nos oferece nenhuma espécie de consequência ou crítica sobre os danos sociais que aquilo tudo teria causado, ou seja, notadamente é um filme sobre ações e não de consequências, a todo o momento percebemos o quão aquela criação dada pelos seus pais foi destrutiva, mas em nenhum momento podemos perceber uma espécie de crítica ou de julgamento pela parte do diretor e do roteiro, aquilo tudo é aceitável sob todos os pontos de vista, o único lado que parecesse ser atacado e chocado com aquela espécie de existência são as pessoas que assistem e que sabem que a educação modelo e correta certamente seria aquela que estamos acostumados a ver, ou seja, a nossa.
Nota: 8,0
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Paixão à flor da pele (Wicker Park, 2004)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Desejos e Traições (The Sisters, 2005)

Desejos e Traições (The Sisters), baseado em uma peça do dramaturgo russo, Anton Chekov. Desejos e Traições é aquele independente sobre drama familiares, verdades e segredos que permanecem por gerações, e o confronto dos mesmos.
Belo filme, com belo roteiro e belo elenco. Venceu três prêmios no Dixie Film Festival Melhor Filme, Melhor Atriz (Maria Bello) e Melhor Ator (Erick McCormarck - o Will de Will and Grace), indicado ao Casting Society of America de Melhor Elenco de Independente e Seleção Oficial nos festivais de Tribeca e Hollywood. Recomendo.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
O Leitor (The Reader, 2009)

A sociedade acredita que é guiada pela moralidade mas isto não é verdade. O premiado diretor de As Horas, Stephen Daldry, mostra novamente toda sua força nesta história de medos e segredos escondidos pelo tempo. Hanna (Kate Winslet) foi uma mulher solitária durante grande parte da vida. Quando se envolve amorosamente com o adolescente Michael (Ralph Finnes)não imagina que um caso de verão irá marcar suas vidas para sempre. Livro com sucesso mundial de vendas, O Leitor é a uma história que nos levará a questionar todas as nossas mais profundas verdades.
O Projeto tão polêmico de Daldry possui níveis já conhecidos para quem acompanha os filmes desse diretor, o filme possui linhas mais voltadas ao íntimo dos seus personagens, está tudo subentendido, muitas nuances, como é característica do diretor, o que pode afetar um pouco o cinéfilo que não conhece suas obras e não entende seu trabalho e achar um filme “difícil”, mas na verdade O Leitor é um filme para ser assistido com vontade e disposição, para entender seus detalhes.
O Roteiro de David Hare, o mesmo roteirista de As Horas, expõe aqui seu talento com sutilezas, compõe um roteiro com uma visão diferente sobre os fatos do Holocausto, menos convencional e sem nunca deixar cair no melodramático, aliás cenas dramáticas em O Leitor faltam.
E como não podia faltar em um filme de Daldry, o seu elenco, que sempre é um ponto positivo a se somar, o trio formado por Fiennes, Winslet e Kross é magnífico. Winslet expõe uma tridimensionalidade maravilhosa de Hanna, é competente ao retratar a acusada como uma mulher forte, orgulhosa e trabalhadora, porém humana e ferida pela vida, com uma racionalidade incrível, a mesma mulher que é capaz de mandar a morta outras mulheres é capaz de chorar ao ver crianças cantando em uma igreja, é um trabalho emocional e interno maravilhoso de uma atriz que só cresce, com uma personagem acima de tudo ambígua. Ralph Fiennes, como sempre brilhante, expondo todo o amor, dúvida e certa raiva que ele sentia pela mulher que o abandonou. David Kross brilha na pele do Michael Berg mais jovem, capaz de expor todo o charme e inocência do seu personagem, acompanha dignamente todas as fases do seu personagem, amadurecendo-o, crescendo-o, vivendo-o. Mas, a grande surpresa de The Reader, se localiza na performance forte de terminada de Lena Olin, atriz que andava sumida, e que voltou com tudo, numa performance maravilhosa, que expõe sua Sr. Mather com a força e frieza que a dor lhe causou, e que personagem precisava.
O fato é que O Leitor, é mais um filme digno e competente de um diretor que cumpre o que promete a cada novo trabalho. Merecedor de cada indicação ao prêmio Oscar que recebeu e merecedor de elogios. O Leitor é mais um filme sobre as verdades que mantemos escondidas e sobre os momentos em que o passado insiste em voltar para nos assombrar, e o medo que temos dele.
NOTA: 8,0
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Dúvida (Doubt, 2009)

O caso do filme é muito peculiar, no primeiro ato o mesmo tem sua maestria, um roteiro intrigante e intrínseco e que nos questiona, nos envolve e define muito bem as características de seus personagens, mas no segundo e principalmente no último ato essa maestria se perde no seu emaranhado. O que estava implícito e subentendido com tamanha inteligência na primeira hora, se perde ao longo da projeção.
O Diretor conseguiu um grande elenco, mas o sentimento que fica ao término do filme é de que foi aquém, poderia ter sido mais. O Grande destaque e a verdadeira alma do filme é a performance de Amy Adams que compõe sua irmã James com extrema clareza e cuidado, sem deixar que se torne mais uma personagem incocente e sem importância para trama, sua presença está toda hora lá, com incríveis nuances. Philip Seymour Hoffman sempre competente expõe uma bondade e uma dualidade ao seu personagem que soa incrível, um bom equilíbrio do ator no qual o roteiro se apoia. Meryl Streep, é assustadora, mas assim como o roteiro nos deixa a sensação de que poderia ter sido mais, sua performance é quase um piloto automático, nem se parece com as competentes performances de As Horas e As Pontes de Madison. Viola Davis é um ponto positivo a somar.
Infelizmente, Doubt é aquele trágico tipo de filme que pára pela metade, dependendo de uma direção confusa e indecisa, um John Patrick Shanley perdido com a faca e o queijo na mão, porém cego demais para saber cortar.
NOTA: 6,0
Sobre Cinema e Lobos

- Kauan Amora
- "Se você não vive a própria vida, não é como se vivesse outra vida, é como se não vivesse nenhuma."