sábado, 7 de fevereiro de 2009

O Leitor (The Reader, 2009)




Stephen Daldry é um diretor seletivo. Com apenas três filmes na sua filmografia, mas com três indicações ao Oscar, nos deu de presente um dos melhores filmes da década, o íntimo As Horas, o elogiado e premiado Billy Elliot, e depois de alguns anos de férias, ele volta com o polêmico O Leitor, que recebeu 5 indicações ao Oscar.


A sociedade acredita que é guiada pela moralidade mas isto não é verdade. O premiado diretor de As Horas, Stephen Daldry, mostra novamente toda sua força nesta história de medos e segredos escondidos pelo tempo. Hanna (Kate Winslet) foi uma mulher solitária durante grande parte da vida. Quando se envolve amorosamente com o adolescente Michael (Ralph Finnes)não imagina que um caso de verão irá marcar suas vidas para sempre. Livro com sucesso mundial de vendas, O Leitor é a uma história que nos levará a questionar todas as nossas mais profundas verdades.


O Projeto tão polêmico de Daldry possui níveis já conhecidos para quem acompanha os filmes desse diretor, o filme possui linhas mais voltadas ao íntimo dos seus personagens, está tudo subentendido, muitas nuances, como é característica do diretor, o que pode afetar um pouco o cinéfilo que não conhece suas obras e não entende seu trabalho e achar um filme “difícil”, mas na verdade O Leitor é um filme para ser assistido com vontade e disposição, para entender seus detalhes.


O Roteiro de David Hare, o mesmo roteirista de As Horas, expõe aqui seu talento com sutilezas, compõe um roteiro com uma visão diferente sobre os fatos do Holocausto, menos convencional e sem nunca deixar cair no melodramático, aliás cenas dramáticas em O Leitor faltam.


E como não podia faltar em um filme de Daldry, o seu elenco, que sempre é um ponto positivo a se somar, o trio formado por Fiennes, Winslet e Kross é magnífico. Winslet expõe uma tridimensionalidade maravilhosa de Hanna, é competente ao retratar a acusada como uma mulher forte, orgulhosa e trabalhadora, porém humana e ferida pela vida, com uma racionalidade incrível, a mesma mulher que é capaz de mandar a morta outras mulheres é capaz de chorar ao ver crianças cantando em uma igreja, é um trabalho emocional e interno maravilhoso de uma atriz que só cresce, com uma personagem acima de tudo ambígua. Ralph Fiennes, como sempre brilhante, expondo todo o amor, dúvida e certa raiva que ele sentia pela mulher que o abandonou. David Kross brilha na pele do Michael Berg mais jovem, capaz de expor todo o charme e inocência do seu personagem, acompanha dignamente todas as fases do seu personagem, amadurecendo-o, crescendo-o, vivendo-o. Mas, a grande surpresa de The Reader, se localiza na performance forte de terminada de Lena Olin, atriz que andava sumida, e que voltou com tudo, numa performance maravilhosa, que expõe sua Sr. Mather com a força e frieza que a dor lhe causou, e que personagem precisava.


O fato é que O Leitor, é mais um filme digno e competente de um diretor que cumpre o que promete a cada novo trabalho. Merecedor de cada indicação ao prêmio Oscar que recebeu e merecedor de elogios. O Leitor é mais um filme sobre as verdades que mantemos escondidas e sobre os momentos em que o passado insiste em voltar para nos assombrar, e o medo que temos dele.


NOTA: 8,0

3 comentários:

Jonathan Rodrigues disse...

to doido pra ver, mas vo ter que esperar uma semana

mas já sou fã do Daldry

T. disse...

adooooooooooooro quem exalta O Leitor e diminui Dúvida. Acho justíssimo.

Ranger Azul disse...

Ainda não vi o filme. Ralph Fiennes é um dos meus atores preferidos, e eu preciso ver um dia. A crítica foi boa!

Abraço.

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