sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Paixão à flor da pele (Wicker Park, 2004)


Não é muito difícil de acompanharmos hoje em dia refilmagens de clássicos ou filmes não-americanos para a língua inglesa, é menos difícil ainda nos deparar com refilmagens aquém do seu original, mas como toda regra tem sua exceção de vez em quando encontramos algumas refilmagens que merecem ser assistidas, como é o caso de Paixão à flor da pele, novo filme de Paul McGuigan.

Matthew (Josh Hartnett) é um jovem empresário que acredita ter visto em um café a mulher (Diane Kruger) que foi seu grande amor, que desapareceu misteriosamente há dois anos. Ele decide segui-la, descobrindo aonde ela mora. Esta se torna sua rotina durante vários dias, tornando-se uma obsessão para Matthew reencontrá-la. Um dia ele decide invadir o apartamento dela, para poder esperá-la. Porém o que ele não sabe é que a mulher que segue não é exatamente quem ele pensa ser, e que ela sabe exatamente o que está fazendo.

Acompanhamos a refilmagem de O Apartamento (com Mônica Bellucci), através de uma montagem fragmentada, cheia de flashbacks, quase como um quebra cabeças, a edição de Andrew Hulme vai nos entregando certas informações no momento certo sem nunca nos revelar demais, a edição é acompanhada pela competente fotografia de Peter Sova que tem o trabalho de nos entregar as nuances de seus personagens para que os conheçamos melhor, com lindos enquadramentos, por exemplo, quando acompanhamos o olhar triste da personagem de Rose Byrne ao ler um livro, conferindo uma maior beleza estética ao filme.

Acompanhamos uma direção cuidadosa e segura de Paul McGuigan em acompanhar uma história de amor a três (mesmo que estes não saibam) entre algo que passeia do plausível ao extremamente humano.

Aqui temos o interessante trio de atores Josh Hartnett, Diane Kruger e Rose Byrne em performances seguras e corretas, mas com certeza qualquer pessoa que assista Paixão à flor da pele não vai deixar o trabalho que Rose Byrne faz passar despercebido. Acompanhamos Rose Byrne desenvolver sua personagem com competência ao transformar Alex em uma mulher frágil, solitária e apaixonada que pode cometer qualquer e todo erro que qualquer pessoa pode cometer por amor, sem deixar que a julguemos e a enxerguemos como uma vilã vazia, uma mulher solitária e vazia, mas nunca como uma vilã. Byrne é hábil ao compreender a paixão que Alex sente por Matt, e principalmente a atração que ela sente pela beleza de Lisa, uma beleza alegre e viva, a qual ela não tem. Rose Byrne tem aqui um trabalho complexo e difícil ao transformar Alex em uma mulher apaixonada, humana e misteriosa que é obrigada a mudar de comportamento conforme o personag, são várias Alex's em uma só. É a história de uma amor obssessivo, louco e solitário, que causa dependência na busca pelo vazio da alma da personagem, conseguimos perceber isso quando ela pergunta: "Você me ama?", ao personagem que ela acabou de conhecer.

Paixão à flor da pele pode não ser um clássico, mas é uma das poucas refilmagens que valem a pena a ser conferidas, e com certeza pode ser comparada ao seu original, talvez seja até melhor que o mesmo, arrisco dizer.


NOTA: 7,0

2 comentários:

pseudo-autor disse...

O típico filme mediano, bom para dias chuvosos e fins de semana insuportavelmente chatos. E tem a Diane Kruger, que é lindíssima!

Cultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com

ANTONIO NAHUD disse...

Pulsa o cinema
por estar vivo!
Pulsa!
Cheio de emoção!
Gostei do blog. Vou segui-lo.
Abração

www.ofalcaomaltes.blogspot.com

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"Se você não vive a própria vida, não é como se vivesse outra vida, é como se não vivesse nenhuma."