tag:blogger.com,1999:blog-56773806620071078232024-02-18T18:45:51.471-08:00Sobre Cinema e LobosA paixão pelo cinema é eterna.Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.comBlogger37125tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-9452857493996814982013-03-03T17:35:00.002-08:002013-03-03T17:35:21.104-08:00Amor (Amour, 2012)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnXNnMIr2eJFwByAlxjVFnfwxlbGtF3_2CJGoyjJsFeL9io_4LfFomTndGzBgElQPusTPMi1CtDP0qKH8oKBKThTDowOLtcz1aNDyjCc8_NeTlQDqjCDffIoOnQuQUCA1qGEej2UBuWoc/s1600/amor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnXNnMIr2eJFwByAlxjVFnfwxlbGtF3_2CJGoyjJsFeL9io_4LfFomTndGzBgElQPusTPMi1CtDP0qKH8oKBKThTDowOLtcz1aNDyjCc8_NeTlQDqjCDffIoOnQuQUCA1qGEej2UBuWoc/s320/amor.jpg" width="222" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ao entrar no cinema,
ainda pelo horário de 17h30minh, o tempo estava claro e o céu azul, uma bela
paisagem. Quando saí do cinema, com os meus amigos, a noite já tinha caído, o
céu estava escuro e estrelado. O tempo passou, o dia virou noite, como é de se
esperar todos os dias, logicamente. Haneke poderia ter feito um filme sobre
essas horas que eu e mais dezenas de pessoas compartilhamos dentro de uma sala
de cinema. Competente do jeito que é, não duvido que saísse daí um filme muito
autoral e interessante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Fiz esta pequena
introdução, óbvia em sua primeira parte, para explicar que enxergo em Amor um
filme que fala acima de tudo sobre o tempo, e não sobre velhice. Com o tempo vêm
os percalços, os infortúnios, a saudade e também a velhice, que parece ser mais
um estado de alma do que uma fase da vida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em Amor, acompanhamos o
dia a dia de um casal octogenário vivido de forma brilhante por Jean-Louis
Trintignant (Georges) e Emanuelle Riva (Annie), até que Annie (Riva) sofre um
AVC e fica com o lado direito do corpo paralisado. A partir daí, começa a
derradeira e irreversível descida ao fim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Sou sobrevivente de
outros filmes de Haneke e para mim suas obras ultrapassam todos os limites
cinematográficos e seus filmes acabam virando experiências, na maioria das
vezes violentas, por isso me considero um sobrevivente, dentre tantos outros
que apreciam sua cinematografia. Com “Amor” não é diferente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Em “Amor”, acompanhamos
o passar de um dia, um mês, ou oitenta anos. O tempo é elemento fundamental,
seja ele o tempo de cada cena, o tempo de seus personagens, que demoram mais
tempo para se levantar da mesa da cozinha para ir até a pia molhar um pano
(Haneke tem toda a paciência do mundo ao filmar a calma com que seus atores se
movimentam) ou o tempo que acontece fora, aquele que não vemos, o tempo que
Georges leva para pegar o álbum de fotos enquanto vemos Anne sentada na mesa da
cozinha, ou o tempo em que Georges vai até o outro cômodo da casa buscar Anne e
somos obrigados a ver o desconforto de seu ex-aluno em esperar na sala (desse
tempo, Haneke cuida especialmente bem, já que é característica de seu cinema),
ou o tempo real, esse o mais implacável de todos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Com o tempo se vem a
velhice, por isso defendo a ideia de que o filme é sobre tempo e não velhice, a
velhice parece só chegar com o segundo AVC de Anne, até então os personagens
são apenas pessoas com mais tempo de vida. E ficamos surpresos ao descobrir que
esses dois vivem juntos há quase um século e ainda não sabem tudo um sobre o
outro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Amor” é uma poesia
cinematográfica, Haneke é um poeta, mas não um poeta bondoso e misericordioso,
apesar de ele tirar tanta beleza da implacabilidade e fúria do tempo, seu filme
ainda é forte e violento, porque mexe com aquilo que mais tememos durante toda
a nossa frágil existência: o fim.<o:p></o:p></span></div>
Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-46626971631826170012013-01-05T19:32:00.001-08:002013-01-05T19:32:52.192-08:00Compliance (Compliance, 2012)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB3z5jgIOrlEQnzK9Fh1c-PWLZer9BvZWJ7BJ8rW5twniQ2G0cCG0mDFs7tewXarikcdJQxazd1QOB-IX1g-X05nbCEsVxQuOBVwBqwAfa_yrUNZDFEgQCjq09AC0n70jqzo4sX5WINLQ/s1600/compliance.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB3z5jgIOrlEQnzK9Fh1c-PWLZer9BvZWJ7BJ8rW5twniQ2G0cCG0mDFs7tewXarikcdJQxazd1QOB-IX1g-X05nbCEsVxQuOBVwBqwAfa_yrUNZDFEgQCjq09AC0n70jqzo4sX5WINLQ/s320/compliance.jpg" width="215" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Recentemente, mais especificamente hoje,
saiu o listão dos aprovados da Universidade Federal do Pará logo pela manhã, e
como forma de brincar com os meus amigos fiz um post no facebook que transcrevo
aqui: “PASSSEEEIIIIIII!!! Finalmente! Achei que não ia conseguir! Agora é só
festaaaaaaa! Um soco na mente daqueles que não acreditaram em mim! Matei o
Super Galo e passei para a próxima fase de A Invasão das Galinhas! Tão feliz!”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Bom, não passei no vestibular, até
porque já estou me formando na Universidade referida (porque eu faria um novo
vestibular?). Acredito que deixei bem claro a ironia de que aquilo não passava
de uma brincadeira (até usei o nome trash de um jogo para computador justamente
para reforçar a ironia do comentário), mas mesmo assim algumas pessoas me
cumprimentaram pela “grande conquista”, realmente acreditando que seria um
calouro. O que me faz pensar: ou elas não leram o post na íntegra ou elas
simplesmente nunca foram apresentadas a ironia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Porque coloco como introdução um
fato bizarro como este dentro de uma análise de um filme como <i>Compliance</i>? Porque ironicamente, a
medida que via as pessoas me parabenizando resolvi assistir esse filme,
dirigido por Craig Zobel, mesmo sem saber do que se tratava, e vi incríveis
semelhanças do acontecimento do filme como o meu acontecimento bizarro nesta
rede social, que explicarei logo adiante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <i>Compliance</i>
conta a história de uma lanchonete de uma cidade do interior dos Estados
Unidos, gerenciada por Sandra Fromme (Ann Dowd), que recebe um telefonema da
polícia afirmando que uma de suas funcionárias havia roubado uma quantia em
dinheiro da bolsa de uma cliente que estava na delegacia fazendo a denuncia,
logo a funcionária Becky (Dreama Walker) é chamada na sala da gerência que fica
nos fundos da lanchonete (onde a maior parte do filme se passa) para ser
revistada, a partir daí os conflitos vão se desenvolvendo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <i>Compliance</i>
(que ainda não recebeu um título nacional) é desenvolvido com uma direção
extremamente competente de Craig Zobel, que ainda escreve o filme. Apesar de o
filme ser quase teatral por se passar na maior parte dentro de um mesmo local e
com uma quantidade restrita de personagens, o suspense e os conflitos são tão
bem desenvolvidos, com tanto cuidado, que é bem difícil do espectador se sentir
desinteressado. A câmera parece a todo o momento estar desfilando por aquele
local simples e bastante esquecível, filmando sempre em planos-detalhe os
objetos e instrumentos com quais aqueles funcionários trabalham, revelando-os
com bastante tristeza e simplicidade. A trilha sonora é bastante elegante e
precisa ao reforçar os momentos mais tensos com um violoncelo de acordes
pesados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> O elenco é composto por atores
desconhecidos do grande público, como Dreama Walker, da série cômica
Apartamento 23, e Ann Dowd, que até então tinha feito apenas personagens
secundários em filmes independentes. Dreama Walker é o elo fraco do filme,
apesar de ser a protagonista, deixando o caminho completamente livre para que
Ann Dowd possa brilhar ao revelar sua Sandra Fromme como uma mulher
extremamente calma, por vezes patética, mas que pode elevar o tom da voz de vez
em quando, nada que seja autoritário, já que na maioria das vezes ela o faz
para demonstrar alguma autoridade com seus funcionários, que sempre zombam
secretamente dela.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> O fato é que <i>Compliance</i> levanta uma série de debates fundamentais da sociedade
em que vivemos e hoje. Por isso, se você ainda não viu o filme e pretende
vê-lo, aconselho-o para por aqui. Repito, se você ainda não viu o filme e
pretende vê-lo, pare a leitura por aqui. Se você ainda não entendeu, por favor,
leia este parágrafo mais uma vez.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">SPOILERS:</span></b><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O telefonema deste suposto policial
acusando uma das funcionárias dessa lanchonete de roubo é falso, não se passa
de um trote de alguém que tem muito tempo livre e a fim de atrapalhar a vida
dos outros, mas em nenhum momento qualquer personagem da história cogita esta
possibilidade (o que pode parecer uma falha do roteiro, mas não é), o que faz
com que Becky seja submetida a uma série de abusos, inclusive um forçado sexo
oral devido a uma restrita “ordem policial”. Caso ela não cumpra suas ordens,
ela será presa. Mas nenhum personagem acha que essas ordens já foram longe
demais, e apenas obedecem elas cega e pateticamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Além de levantar a discussão sobre
trotes telefônicos (que aqui no Brasil já tem chegado a índices alarmantes, mas
que ainda é pouco privilegiada), o filme ainda discute a relação
funcionário/patrão em uma situação delicada como esta, mas, talvez, a mais
importante de todas é a discussão de como somos seres feitos e educados para
obedecer as ordens que vem de cima, aniquilando totalmente qualquer habilidade
de raciocínio ou questionamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na sociedade de hoje, vemos padres e bispos
como figuras de autoridade, são eles os donos da verdade religiosa e obedecemos
com medo de sermos castigados, pagamos o dízimo (que por vezes assumem um valor
absurdamente caro) sem sequer saber para onde ele vai ou o motivo de sua
importância, só ouvimos que essa é a palavra de Deus e estamos bem com isso,
compramos a nossa passagem aos reinos do céu. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Em <i>Compliance</i>
não é muito diferente, a polícia está aí para manter a ordem, para nos dizer o
que fazer, então se um policial do outro lado da linha diz que eu devo obrigar
uma funcionária a tirar a roupa e abrir mão de qualquer dignidade expondo-a a
tamanha humilhação, eu o faço, com medo de ser preso, sem em nenhum momento
questionar se ele já passou dos limites ou sequer questionar se ele realmente é
um policial. Parece um absurdo, mas esse tipo de situação já aconteceu mais de
70 vezes nos Estados Unidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Agora voltando ao assunto do início do
texto (caso você não se lembre, pode ler os dois primeiros parágrafos, eu
espero). Parece-me, hoje, que somos cobertos por uma cegueira que nos impede de
ver as coisas que estão na nossa frente, mesmo deixando explícito que aquilo
não passava de uma brincadeira (meus posts são geralmente muito irônicos, que
brincam com as situações bizarras do cotidiano, o que ainda deixa mais claro o
teor falso do meu comentário) as pessoas continuaram me parabenizando,
inclusive pessoas da minha família, que sabem que estou prestes a me formar.
Então, levando em conta os fatos, acredito que <i>Compliance</i> deveria ser exibido obrigatoriamente em todos os cinemas
de todas as cidades, ele é de utilidade pública, e urgente. Hoje, pedir para as
pessoas pensarem e questionarem é tão difícil quanto a aparição de pôneis
voadores feitos de pudim. Não, eles não existem, sociedade.<o:p></o:p></span></div>
Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-70821725746709616122012-07-31T19:28:00.001-07:002012-07-31T19:28:31.424-07:00A Mulher Canhota (The Left-Handed Woman, 1976)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPCUKpBfhwz2E43Y9jmyy3HL9GanfWSZO27yKTFC2Ph-7ioe7_WzIVYoksTXwsIV8OKiuMWZTNMyXFjmw975gdin_pJ1ASpS6ZRF5E2VLHocCod7tTtOJ-XuOpxF5tuhGifhb5x6QDdf8/s1600/a+mulher+canhota.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPCUKpBfhwz2E43Y9jmyy3HL9GanfWSZO27yKTFC2Ph-7ioe7_WzIVYoksTXwsIV8OKiuMWZTNMyXFjmw975gdin_pJ1ASpS6ZRF5E2VLHocCod7tTtOJ-XuOpxF5tuhGifhb5x6QDdf8/s320/a+mulher+canhota.jpg" width="223" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">É
verdade que nossa sociedade vive em uma ditadura da felicidade, onde todos
aparentemente são felizes e sabem exatamente o que isso significa, o que nos
qualifica ensinar ao próximo o que é ser feliz, e empurrar goela abaixo todos
os nossos parâmetros e regras que ninguém pode deixar de seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A
Mulher Canhota nos apresenta uma Alemanha pós-guerra, triste, gélida,
desconsoladora e que nos convida ao afastamento humano aliás, me arrisco a
dizer que o lugar funciona como personagem coadjuvante da história, já que esta
sempre se apresenta como um local desconfortável, suas ruas têm sempre
pouquíssimas pessoas e sua paisagem para ser estar em um constante estado de
depressão, traduzindo o estado de espírito de sua personagem principal, como
por exemplo, um bosque que se apresenta com suas árvores cortadas, logo depois
da fatídica decisão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
filme é baseado no livro de Peter Handke, e conta a história de Marianne,
mulher inteligente e de meia idade, que por um motivo desconhecido resolve
mandar o marido sair de casa e resolve viver sozinha com seu filho ainda
pequeno, abrindo mão da família, do conforto financeiro para viver uma vida
sozinha e por vezes solitária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
fato é que nunca descobrimos por parte de Marianne porque esta se separou do
marido, já que este se revela um homem ideal, trabalhador, fiel e preocupado
com a família. Ela toma a decisão e sequer se dá o trabalho de justificá-la. O
diretor Peter Handke, parece sempre nos instigar a descobrir o motivo, mas sem
nunca dar pistas ou conclusões suficientes para que possamos fazê-lo, o que só
aumenta mais o interesse Parece que Marianne resolveu se desafiar e desafiar as
pessoas próximas de que é capaz de levar uma vida sozinha, mas não solitária,
embora todos ao seu redor achem um absurdo sua decisão e tentem a todo o
momento convencê-la de voltar atrás, e esta se mostra irredutível.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Marianne
lança a mão de uma vida segura, confortável e aparentemente feliz para viver
sozinha em uma casa imensa, perambulando nas ruas de sua cidade, vivenciando a
sua vida consigo mesma. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje,
tomar uma decisão como essa parece loucura, já que vivemos em uma sociedade
normativa que estabeleceu regras que servem como manuais de como sermos felizes,
especialmente para as mulheres, que desde cedo são educadas para serem boas
esposas, donas de casa e mães. Aqueles que abdicarem dessa ideia são loucos e
não têm a menor chance de serem felizes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
roteiro parece ser criado ao acaso, onde depois da decisão de sua protagonista
nada mais acontece, não possui ação dramática, é como se estivéssemos
testemunhando uma vida acontecendo livremente sob os nossos olhos, Marianne vai
sendo levada pelo espaço e pelo tempo, imóvel e desinteressada de mudar de
vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No
final das contas, A Mulher Canhota aparentemente conta a história de uma mulher
que resolveu se questionar esses valores rígidos e não foi em busca da
felicidade, mas atrás de si mesma, seguindo um caminho completamente diferente
das outras (daí o nome A Mulher Canhota). Ao longo da projeção acompanhamos
Marianne vivendo momentos de extrema alegria, como passear com seu filho ou
mesmo com seu pai, e momentos de extrema solidão, ao chorar sozinha durante a
noite olhando a paisagem lá fora. O que prova que tanto as pessoas casadas, com
famílias perfeitas e construídas quanto as pessoas sozinhas, que vivem por si
mesmas, tem seus momentos de alegria e tristeza e que esses valores são apenas
reflexos de uma sociedade fria, autoritária e que não se reconhece, nem a si
mesma e nem o seu lugar no mundo. Marianne é um anti-heroína. <o:p></o:p></span></div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-72972244847347050532012-07-15T16:20:00.003-07:002012-07-15T16:20:27.999-07:00Sinédoque, NY (Synecdoche, New York, 2008)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEmYT2R_NCoutqRmDuDa_tGcKS7iT060PLDIUMUdjK0sdo7YeGP3VjlWCZv6sUPl5PeZhAAEkUalcVp06nsJfmlXuf1hdMamLtt20Mo-jfDcKF6CkauY3L1ueBdYt5LggiAiM8M2zdAk8/s1600/sin%C3%A9doque,+nova+york.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEmYT2R_NCoutqRmDuDa_tGcKS7iT060PLDIUMUdjK0sdo7YeGP3VjlWCZv6sUPl5PeZhAAEkUalcVp06nsJfmlXuf1hdMamLtt20Mo-jfDcKF6CkauY3L1ueBdYt5LggiAiM8M2zdAk8/s320/sin%C3%A9doque,+nova+york.jpg" width="225" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"> </span><span style="background-color: white; font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; text-indent: 35.4pt;">"Sinédoque,
NY" é um filme pessimista e realista sobre os fracassos de uma ou de todas
as vidas. Passamos a vida inteira ouvindo frases de auto-ajuda como "Todo
mundo é protagonista de sua própria história", e em um certo momento do filme,
seu protagonista chega a repetir essa frase, mas só para logo em seguida
testemunharmos de que essa não é bem a verdade, haja vista que a vida do
diretor teatral Caden Cotard (Philip Seymour Hoffman) parece criar vontade
própria e excluí-lo de tudo, assim como fizeram todas as mulheres que o
conheceram, até ele se tornar um mero boneco que exerce atividades diárias
banais ao som de uma voz que sai de sua cabeça lhe dizendo tudo o que fazer.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Além
de ter escrito o roteiro, Kaufman também estréia na direção e parece bem intencionado
em brincar com todas as frases de efeito que costumamos ouvir durante nossas
vidas, como: "A vida é um palco". Em Sinédoque NY, a vida é um palco
mesmo, literalmente. Caden Cotard é homenageado com um prêmio que lhe
proporciona um orçamento enorme para realizar o espetáculo teatral de sua
carreira, de grande magnitude, desde então Caden passa anos tentando realizar a
grande obra de sua vida, a sua vida. Tudo se torna tão grande, mas tão grande,
que aos palcos sua criação começa a tomar-lhe conta, é tudo muito
megalomaníaco, o que cria uma linda ironia ao descobrirmos que sua ex-mulher
Adele Lack (Catherine Keener) é uma artista que trabalha com pinturas em
miniaturas, que as pessoas só conseguem vê-las completamente usando um óculos
microscópico, o que revela a absurda discordância dos dois artistas, tanto na
vida profissional quanto na vida amorosa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
primeiro filme escrito por Kaufman que assisti foi Adaptação, há muitos anos, e
lembro de ter amado a experiência justamente pela forma sutil como ele trata
seus personagens, logo depois vi Brilho Eterno de uma mente sem lembranças, e
foi outra experiência inigualávelmente bela. Desde então, pensei que Kaufman
não pudesse se superar, mas estava absurdamente errado, em Sinédoque NY, ele
não só se supera como cria uma outra obra-prima. É um filme completamente
autoral, é feito por Kaufman para Kaufman, talvez isso seja o mais incrível na
obra, o exercício catártico de um grande escritor, agora também diretor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sinédoque
NY não é mais um filme, é um evento cinematográfico. Apesar de ter um elenco
formidável, desde Catherine Keener (uma das melhores atrizes da cena
independente americana) até Philip Seymour Hoffman, passando por Diane Wiest, o
filme não é de nenhum deles. Ao acabar temos a sensação de ter presenciado um
ato egoísta, é um filme de Kaufman, por Kaufman, para Kaufman, o que só
engrandece a obra. Sinédoque NY é obrigatório, lírico, uma aula de cinema e
teatro.<o:p></o:p></span></div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-28182122950807122082012-07-11T18:56:00.003-07:002012-07-11T18:57:20.458-07:00O tempo de cada um (Personal Velocity, 2002)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeBctf0Fh_A7JU5EBW30QH__E84Et_AFvRXOUu0PactMNvgFQ7i4ilhZULtjoulBYU5Fd5sIWdi2Dfu5p1IXJuI5UpfuSqn6ZCRkdn6uXl6TUzAe_rJeP6IIY8CDzYKcazHm8SHZdA794/s1600/o+tempo+de+cada+um2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeBctf0Fh_A7JU5EBW30QH__E84Et_AFvRXOUu0PactMNvgFQ7i4ilhZULtjoulBYU5Fd5sIWdi2Dfu5p1IXJuI5UpfuSqn6ZCRkdn6uXl6TUzAe_rJeP6IIY8CDzYKcazHm8SHZdA794/s320/o+tempo+de+cada+um2.jpg" width="216" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A simplicidade da lágrima que corre pelo rosto de uma mulher que, de repente, descobre que a vida que ela possui e muitos julgam perfeita, já não é mais o bastante. Greta Herskowitz (Parker Posey) parece sempre estranhar o mundo e as pessoas a sua volta com um olhar de curiosidade e por vezes indiferença, ela parece se descobrir cada vez mais e se surpreender com suas ações, o problema é que o resultado nem sempre é bom. Para ela, é irônico o fato de se descobrir humana e portanto, suscetível aos mesmos erros que seu pai cometeu no passado e que ela tanto detestava.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É sobre isso o filme de Rebecca Miller, sobre a auto-generosidade de nos descobrirmos humanos e sobre as eternas e cegas buscas por uma felicidade que outrora nos disseram que existe, mas que parece escapar sempre que chegamos mais perto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Rebecca Miller possui um olhar atento, aguçado e honesto com suas personagens que pertencem ao livro de contos que ela mesma escreveu e que são levadas para as telas do cinema como extrema dedicação e competência de atrizes respeitadas como Kyra Sedgwick, Parker Posey e Fairuza Balk.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assisti "O tempo de cada um" pela primeira vez em 2007 e desde então se tornou o filme que me abriu as portas ao cinema americano independente e francamente, desde então descobri pérolas tão valiosas quanto o filme de Rebecca Miller. Cassavetes estaria orgulhoso.</div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-1547192388010278882012-06-01T19:38:00.003-07:002012-06-01T19:38:59.096-07:00Atração Fatal (Fatal Attraction, 1987)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp2LEWoM-F6El6lVDwCtv1QByxk8rS6OUSerIl-YhvaRn-yTQAQPceRSM_pXosFDq71bM4sz2vcwWaW4e_8Bw4uZBELofYOqEaTkZ3bTvv1NodFaD2upd5P7sDvVCMkyWKB6OLXg18AxI/s1600/atracao-fatal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp2LEWoM-F6El6lVDwCtv1QByxk8rS6OUSerIl-YhvaRn-yTQAQPceRSM_pXosFDq71bM4sz2vcwWaW4e_8Bw4uZBELofYOqEaTkZ3bTvv1NodFaD2upd5P7sDvVCMkyWKB6OLXg18AxI/s320/atracao-fatal.jpg" width="210" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
cinema recentemente assumiu uma posição importante não só no ramo do
entretenimento, mas também na dimensão social dos assuntos que são discutidos,
porém durante a produção seus responsáveis não têm a mínima ideia de como ele
vai ser recebido pelo público, uma prova disso é o filme de Adrian Lyne,
Atração Fatal (1987).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Que
Glenn Close é motivo para assistir qualquer filme que tenha seu nome na ficha
técnica, qualquer cinéfilo que se preze sabe, porém, aqui, ela não é o único
motivo para descobrir o filme, seu excelente roteiro e forma como ele é
conduzido com extrema segurança por Lyne, são outros motivos suficientes para
dar uma olhada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
filme foi lançado na década de 1980 e toca em diversos assuntos como relação
extra-conjugal e família, mas tem um assunto que seus produtores jamais
poderiam imaginar que iria chamar tanta atenção, o feminismo. O fato é que o
filme traz à tona a realidade da mulher americana independente
profissionalmente e solteira em uma época onde as mulheres lutava de forma
fervorosa pelos seus direitos em todas as áreas. Só que retratar o tipo de mulher
que acabei de citar acima, como uma desequilibrada e psicótica, não agradou
nada as fervorosas feministas, levando o discurso em questão a nível nacional,
transformando o filme em um célebre exemplar de discussão social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Comentado
tanto por sociólogos quanto por psicanalistas, o filme surge como um belo
exemplo do cinema como prática social, espaço aberto para trazer à tona tabus
engessados por uma sociedade ainda pouco evoluída quando o assunto é a
categoria Mulher.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Só
para finalizar, Glenn Closse é extremamente hábil ao não transformar Alex
Forrest em uma vilã sem escrúpulos. Em todo momento vemos a personagem como
alguém completamente alheia aos atos cruéis que comete, ciente de que aquilo é
para o bem de todos, o que reforça ainda mais o seu desequilíbrio psicológico.
No fundo, Alex Forrest não chega nem perto de ser o exemplo da mulher
contemporânea como todos afirmavam cheios de medo, mas é uma mulher única, que
representa somente a natureza cruel de alguém que recebeu pouca atenção na
vida.<o:p></o:p></span></div>
<br />Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-58352355626018006582012-04-01T12:33:00.003-07:002012-04-01T12:34:01.988-07:00Fome (Hunger, 2008)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2BnFPM75JqtkwUpyQlc_qLGfiV282yef9unZ3tfE1y7JCOx9ZtL7V4wVmVlgG112i3-_SDK9sNOoMmFOSD7pfpcQkDu74yKEzXbR5FlZjOkAnK0TW5pL9BKZQP9EKR2kqX9wpR0Pc1Bc/s1600/hunger.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2BnFPM75JqtkwUpyQlc_qLGfiV282yef9unZ3tfE1y7JCOx9ZtL7V4wVmVlgG112i3-_SDK9sNOoMmFOSD7pfpcQkDu74yKEzXbR5FlZjOkAnK0TW5pL9BKZQP9EKR2kqX9wpR0Pc1Bc/s320/hunger.jpg" width="216" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
É preciso de
muito cuidado ao falar de filmes como Hunger, o primeiro filme do diretor Steve
McQueen, pois é muito fácil elogiá-lo pela ousadia e pela macabra transformação
que seu personagem principal sofre, interpretado por Michael Fassbender, mas é preciso
uma análise mais detalhada do filme como um todo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Decidido a
mostrar o inconformismo e guerra do povo britânico perante o governo polêmico
de Margareth Thatcher sob outro ângulo, Steve McQueen além de ousado, possui um
imenso conhecimento técnico cinematográfico, desde os primeiros momentos da
projeção já possível perceber que não se trata de um filme comum e nem um filme
de fácil de digestão, alternando entre momentos de extremo silêncio e outros de
torturas, o filme nos causa náuseas e admiração, ao mesmo tempo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O grande
Michael Fassbender, que já começou a ser esnobado pelas grandes premiações do
cinema norte-americano desde esse filme, exerce um belo trabalho, mas não, não
por causa de sua assustadora transformação física, chegando a um estado desumano
de magreza, mas pela grande presença e segurança que estabelece desde seu
primeiro momento em cena. Sempre preocupado em justificar as ações de seu
personagem, graças ao competente roteiro escrito também pelo seu diretor, ele
faz com que enxerguemos seu personagem como um ser real, movido por suas causas
políticas e mostrando-se sempre irredutível ao que acredita. Seus maiores
momentos não estão na exibição de sua magreza, mas sim no seu incrível monólogo
ao conversar com o padre, no qual se mostra como um ser com uma grande
inquietação política e com fortes argumentos. Uma figura forte, sem dúvidas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Acredito que
os únicos momentos que o filme peca, são os quais revelam uma exacerbada frieza
de seus personagens, como a figura materna que não tem força alguma e na cena
em que seu filho o visita.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Hunger, sem
dúvidas, é um filme forte, autoral e que inicia um excelente trabalho em dupla
de seu ator e diretor, que merece perdurar durante os anos.<o:p></o:p></div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-82911522713946931402012-03-08T08:22:00.001-08:002012-03-08T20:30:12.655-08:00Albert Nobbs (Albert Nobbs, 2011)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBR6B8AHv6ONHe0slVeUUXb9vZOX3oXg7w1669rybgcwtnzLeun6h-U5mk7EL2KSWfuxdazvFWHXXFj1RcqUG_4pb25xQxZA_iaVF1fsnGcrXmPQA3ZyU00WCtUIlV4e0hkPquO9cILJs/s1600/albert+nobbs4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBR6B8AHv6ONHe0slVeUUXb9vZOX3oXg7w1669rybgcwtnzLeun6h-U5mk7EL2KSWfuxdazvFWHXXFj1RcqUG_4pb25xQxZA_iaVF1fsnGcrXmPQA3ZyU00WCtUIlV4e0hkPquO9cILJs/s320/albert+nobbs4.jpg" width="215" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Hoje
em dia vivemos em uma sociedade primordialmente sexual, onde toda a espécie de
vida humana é regida sob ele, o sexo. Desde o momento em que nascemos, quando o
médico diz: “É um menino” ou “É uma menina”, o individuo é criado e educado
para performar de acordo e a favor com que seu órgão sexual define, mas e
quando isso não acontece? É exatamente disso que Albert Nobbs discute; da vida
solitária e secreta das pessoas transgressoras do gênero. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Quando
você nasce, seu sexo define seu papel social de gênero, isso de acordo com um
pensamento ultrapassado, tradicional e canônico. De acordo com os estudos de
gênero modernos, sexo não define gênero, que além de ser socialmente
construído, não é natural por não haver nenhuma relação com o corpo. Ora, se
gênero é um constructo social, logo Albert é um homem, já que se veste e age
como tal, mas o fato é que ele não faz questão de se definir sob nenhum sistema
de sexualidade e é aí que habita a sua maior transgressão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">É
difícil falar de Albert Nobbs, ele é uma criatura completamente etérea, livre
de qualquer conotação sexual, puro e angelical, eu diria até que Albert não tem
sexo. Aliás, sexo, para ele, é um assunto extremamente complicado, já que este
se revela muito confuso ao descobrir que Hubert Page é mulher também, e casada
com outra mulher. Parado em frente do espelho, parece não compreender bem essa
situação e se pergunta como é possível isso acontecer, “uma mulher se casar com
outra mulher e viver como homem”. Na verdade, ele também é produto de uma
sociedade que precisa imediatamente rotular tudo o que vê.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Albert
Nobbs é um empregado de um pequeno hotel na Irlanda, no século XIX, admirado e
respeitado por todos, ele vive seus dias na mais completa calma e solidão,
escondendo sob seu apertado espartilho, seus seios, na verdade Albert é uma
mulher, que se disfarça para poder juntar dinheiro em uma sociedade machista
para abrir seu próprio negócio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
filme pode suscitar uma série de discussões, sobre o poder, sobre o papel
emancipatório da mulher em uma sociedade patriarcal e indiretamente até sobre as
definições modernas de gênero, já que nunca é possível definir qual gênero o
personagem principal pertence (o que nos gera um grande sentimento de
inquietação). Para alguns ele é uma mulher travestida, para outros é um homem,
mas basta conhecer um pouco sobre os estudos de gênero contemporâneos e
perceberemos que essa não é uma tarefa fácil de definição. Em certo momento ao
ser questionado sobre o seu nome, ele responde: “Albert”, e ao ser questionado
novamente sobre o seu verdadeiro nome, ele responde sem hesitar: “Albert”, ou
seja, essa é sua própria definição ou talvez ele não precise de uma. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> O trabalho de
Glenn Close é bem sucedido ao retratá-lo como um ser assexuado, livre de
quaisquer maneirismos, com apenas um foco na vida, juntar seu dinheiro e montar
seu negócio, preocupado unicamente em fazer bem seu serviço e passar
despercebido por todos, Albert perambula por aquele local sem chamar muita
atenção, parece que seu olhar triste e resignado está sempre disposto a nos
provocar um sentimento de piedade por aquele ser invisível.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> O filme foi visto por poucas pessoas, tendo gerado ao
estúdio poucos milhões de dólares na sua estreia nos EUA, talvez seja por isso
que tenha passado quase despercebido no Oscar e em outras premiações, não fosse
a tamanha competência de Glenn Close e Janet McTeer, duas grandes atrizes que
brilham em seus papéis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Na era pós-gênero, diversas discussões assolam a
sociedade que imediatamente após o nascimento do individuo precisa definir sexo
e gênero e assim determinar o resto da vida do indivíduo, mas o que poucos
entendem é que esse pós-gênero fala também sobre as pessoas sem gêneros, que preferem
não ser enquadradas (e nem têm essa necessidade) dentro de um sistema
anteriormente existente que diga como ela deve agir ou por quem deve se sentir
atraída, e não é lindo que um filme que se passa em pleno século XIX aborde tais
questões tão contemporâneas?<o:p></o:p></span></div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-68622555731073760512012-03-03T19:18:00.001-08:002012-03-03T19:21:09.317-08:00Jovens Adultos (Young Adults, 2011)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyH46r7ovTsMyaqyJPbuRAg_OVZE8031pxNwJVDNDQKLGw0POQJJP7hsUZaYT4dC-euD0149Gd3ISx4tkJCXuWLV-5BL0ZQL1WLSwrhZYRO4_WSlmccsnche3bpb9UhZrGJQDPJFm9Fuk/s1600/jovens+adultos3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyH46r7ovTsMyaqyJPbuRAg_OVZE8031pxNwJVDNDQKLGw0POQJJP7hsUZaYT4dC-euD0149Gd3ISx4tkJCXuWLV-5BL0ZQL1WLSwrhZYRO4_WSlmccsnche3bpb9UhZrGJQDPJFm9Fuk/s320/jovens+adultos3.jpg" width="249" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Seria
decepcionante para as adolescentes que costumam ler histórias sobre vampiros
que brilham sob a luz do sol descobrir que sua saga preferida foi escrita por
uma mulher de meia idade, alcoólatra, desprezível e depressiva. Não, não estou
falando de Stephenie Meyer, autora da Saga Crepúsculo, estou falando de Mavis
Gary, a personagem interpretada por Charlize Theron em Jovens Adultos. Apesar
de escrever livros sobre uma história boba para adolescentes, seu trabalho não
é reconhecido porque não foi ela quem criou a franquia. Legal, huh?<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mavis
Gary recebe um e-mail que seu ex-namorado Buddy Slade (Patrick Wilson) mandou
para sua antiga turma do colegial informando do nascimento de sua primeira
filha, logo Mavis acredita que isso foi um pedido de socorro dele para que ela
pudesse salvá-lo do tédio infernal de ser bom pai, marido e trabalhador, logo
Mavis embarca em uma viagem para sua cidade natal e é obrigada a lidar com
todas as coisas que outrora eram tão favoráveis a ela, mas que agora não passam
de grandes incômodos que a distanciam do seu objetivo principal, reconquistar o
ex-namorado.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Confesso
que não sou grande fã do primeiro trabalho como roteirista de Diablo Cody, o
sucesso de crítica Juno, mas aqui Cody consegue sustentar sua história com
pitadas de humor e tristeza, sem nunca trair sua essência. (<i>não leia o resto do parágrafo se você ainda
não viu o filme)</i> Parece muito sarcástico que Mavis consiga finalmente
terminar seu livro, que é literatura “enlatada” para adolescentes em uma
lanchonete de estrada, mas vai saber onde de fato Stephenie Meyer acabou de
escrever a saga de seus vampirinhos?! <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A
força do filme certamente está na sua personagem principal, a autora Mavis Gary
que nutre certo desprezo por qualquer pessoa que não tem a honra de ser ela
própria, mesmo essa levando uma vida vazia de significados, álcool e
sedentarismo. Incapaz de perceber a desgraça que sua vida se tornou, Mavis
parece achar que sua vida parou no tempo e insiste em pensar que faça o que for
sempre será aquela garota linda, popular e cheia de namorados no colegial, mas
tudo isso desmorona aos poucos quando ela volta para sua cidade e tem de
enfrentar coisas e pessoas (até mesmo seus pais) que deixou para serem
esquecidos no passado.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Interpretada
com extrema sensatez por Charlize Theron, Mavis é um achado nos filmes
independentes do ano, seu olhar sempre desprezível e arrogante, sempre pronta
para afastar qualquer um que cruze os limites que ela mesma impõe, nunca
conseguimos vê-la como uma chata e sem graça, talvez pela vulnerabilidade que
lhe é conferida na segunda metade do filme, levantando uma relevante questão
constantemente ignorada por nós: pessoas abençoadas com o dom da beleza também
sofrem e têm problemas, sim.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Resumindo,
Jovens Adultos não é só um filme que preza pelo amadurecimento tardio de sua
personagem, é um filme que fala sobre o quanto separamos uns aos outros pelo
nível de beleza existente entre nós, mesmo sabendo que isso não nos levará a
lugar nenhum. Mas, principalmente, nem sempre tudo é o que parece.<o:p></o:p></div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-85606765746086684732012-03-02T16:44:00.000-08:002012-03-03T19:19:21.624-08:00Tão forte e tão perto (Extremely Loud and Incredibly Close, 2011)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuBtkYK634-wfuxkaZE39ngUtZAlTDdB2IMBWIyYakCTzl147n0aBE_zNynT1gS4cRsFTjbQQhyjef6pEIAH4Vgzqx0Rk0HrbBkHJ-T3V-A2mYaJZJ40stpHGOuf2LhS3SpdUp-s66fGM/s1600/t%C3%A3o+forte+e+t%C3%A3o+perto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuBtkYK634-wfuxkaZE39ngUtZAlTDdB2IMBWIyYakCTzl147n0aBE_zNynT1gS4cRsFTjbQQhyjef6pEIAH4Vgzqx0Rk0HrbBkHJ-T3V-A2mYaJZJ40stpHGOuf2LhS3SpdUp-s66fGM/s320/t%C3%A3o+forte+e+t%C3%A3o+perto.jpg" width="215" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br />
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
Stephen Daldry é um diretor com uma rica
sensibilidade e isso é visível ao ver os filmes da sua carreira, mas ele possui
uma característica singular que marca alguns filmes do seu currículo, ele sabe
como ninguém falar do universo infantil. Ele começou fazendo isso em Billy
Elliot, continuou em As Horas (conseguindo extrair uma linda interpretação do
garotinho Jack Rovello, filho de Laura Brown), depois de um hiato em O leitor,
ele volta a falar disso no seu mais novo projeto Tão forte e tão perto. Então,
é fato que Daldry tem um nível de excelência em seus trabalhos como poucos
diretores hoje em dia, é fato também que é um excelente diretor de atores, já
que de cada filme seu sempre tem um vencedor ou indicado ao Oscar, seu nome
virou sinônimo de qualidade.<o:p></o:p><u1:p></u1:p></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
Na estreia de seu mais novo filme, Tão
forte e Tão perto, a crítica americana apontou seus defeitos e o lançou no mar
do esquecimento (mas mesmo assim ele viu seu filme indicado ao Oscar de Melhor
Filme e Melhor Ator Coadjuvante). O fato é que Tão forte e Tão perto está longe
de ser o fracasso, a decepção que alguns clamam, mas também está longe do nível
de excelência que Daldry costuma alcançar. Pelo fato de ser um diretor com uma
visível competência, quando as pessoas veem seu nome em algum projeto, todos já
esperam algo no mínimo digno de ser chamado de “obra-prima”, mas isso não
acontece aqui, por isso tamanho questionamento.<o:p></o:p><u1:p></u1:p></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
Tão forte e tão perto, conta a história de
um garotinho que vê seu pai que também é seu melhor amigo morrer no trágico dia
11 de Setembro, no atentado as Torres Gêmeas, a partir disso ele vai mergulhar
em uma busca incessante atrás do enigma que seu pai deixou a ele, encontrar a
porta que abre com a enigmática chave deixada no guarda-roupa. O roteiro é
baseado no livro de<span class="apple-converted-space"> </span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: white; background-image: initial; background-origin: initial; color: #222222;">Jonathan Safran Foer</span><span class="apple-converted-space"> </span>que é cheio de voltas e revoltas, passa
por diversas situações, ora divertidas, ora dramáticas, portanto Eric Roth
merece aplausos por ousar mexer em algo que adaptado para o cinema pode soar
como um amontoado de clichês, não que filme não escape disso, mas sei
medianamente bem. Roth é o cara que escreveu Forrest Gump - O Contador de
Histórias e O Curioso Caso de Benjamin Button, então ele tem bastante
experiência nisso.<o:p></o:p><u1:p></u1:p></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
Durante todo o filme percebemos que Oskar
Schell, interpretado por Thomas Horn, tem uma mente peculiar, aliás, fica
bastante implícito ao longo da projeção se ele realmente sofre de algum
transtorno psíquico, só há um momento onde esse assunto é tocado, na cena em
que ele conversa com a personagem de Viola Davis e afirma que uma vez fez um
exame para Síndrome de Asperger, e mesmo que ele tenha algumas características,
como a incapacidade de relação social (para isso seu pai o instigava através de
buscas por coisas pela cidade que assim o obrigava a conhecer pessoas), ou a
inabilidade de consolar os outros já que parece distribuir beijos e abraços
para as pessoas aleatoriamente de forma distante e fria, sempre alienado do
significado emocional que isso pode ter e até mesmo a identificação com números
e lógica (já que para conseguir encontrar o dono da chave elaborou um esquema
próprio, IZD, Índice de Zonas Dobráveis, que parece difícil para qualquer mente
comum), nada é comprovado de fato, são apenas conclusões que se pode tirar.<o:p></o:p><u1:p></u1:p></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
O trabalho do garotinho Thomas Horn não é
dos mais fáceis, aqui ele tem uma figura complexa, que se encontra em estado de
luto e que tenta lidar com isso da forma como sua cabeça pede, seus conflitos
emocionais estão sempre latejantes e nas cenas mais dramáticas, ele não
decepciona, ao lado de Sandra Bullock e Max Von Sidow. Às vezes, o jovem Oskar
pode soar mimado e chato, mas acredito que Thomas conseguiu lidar com isso de
maneira formidável. Max Von Sidow surge como uma melancólica figura muda, sem
pronunciar uma palavra o ator sueco oferece uma intepretação comovente, Viola
Davis aparece como uma mulher chorosa e sofrida como sempre, mas é competente
como sabe ser, e até Jeffrey Wright (da minissérie Angels in America) tem seu
momento marcante, mesmo que minúsculo. Já Sandra Bullock faz o que pode com sua
personagem unidimensional que surge pronta para chorar a cada cena em que
aparece mesmo que não seja necessário, e Tom Hanks, aparece como uma figura
única caricata.<o:p></o:p><u1:p></u1:p></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
Recentemente vi um filme
francês chamado Brinquedo Proibido, que conta a aventura de duas crianças que
se fascinam por cruzes e passam a roubar todas que veem, depois da morte dos
pais de uma delas durante a Segunda Guerra Mundial, pude traçar um paralelo com
Tão forte e Tão perto, já que parece que nos dois filmes as crianças passam a
lidar de forma quase obsessiva por determinadas coisas depois da morte de
alguém que amam, no processo do luto, as crianças parecem sempre focarem suas
atenções em outras coisas para não ter que lidar com a dor da perda.<o:p></o:p></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0.0001pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-indent: 35.4pt;">
O fato é que esse parece ser o filme mais
comercial de Daldry (Bullock e Hanks em um mesmo projeto, mesmo que para papéis
coadjuvantes é sinônimo de boa bilheteria), e também o mais questionável, mas
espero que Daldry consiga recuperar toda sua sensibilidade e inteligência e
consiga fazer novamente um filme de tamanha excelência como As Horas.<span style="font-size: medium;"><o:p></o:p></span></div>
</div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-16223047720588721642012-02-05T09:24:00.000-08:002012-03-03T19:20:02.773-08:00Amores Imaginários (Les amours imaginaires, 2010)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzWbPt8W5rBFyVTy4U0g6BPKp2mrLBQnIbSW6h_zH6N9xiC9vmSJPQ49od84-uhxa74QZxsVTWi3XbjiU3rQOhYMzlPEU5CWXmg3Q2jWujbd4teIlJBX-UWYaEMhITK0Mu2gAwNjZzLZs/s1600/amores+imagin%25C3%25A1rios.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzWbPt8W5rBFyVTy4U0g6BPKp2mrLBQnIbSW6h_zH6N9xiC9vmSJPQ49od84-uhxa74QZxsVTWi3XbjiU3rQOhYMzlPEU5CWXmg3Q2jWujbd4teIlJBX-UWYaEMhITK0Mu2gAwNjZzLZs/s320/amores+imagin%25C3%25A1rios.jpg" width="219" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Amores
Imaginários conta a história de Marie e Francis, dois amigos que se apaixonam
pelo angelical Nicolas, e que a partir daí vão iniciar uma competição
silenciosa pela atenção e admiração dele. Nessa competição, os dois farão de
tudo para agradá-lo e começam uma amizade a três, sempre juntos, até na hora de
dormir, os dois são incapazes de descobrir por quem Nicolas está afim, já que
este se revela um sujeito ambíguo a todo o momento, ou até mesmo de descobrir
se ele está afim de um dos dois. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O triunfo do
filme está no fato de acompanharmos as peripécias desse triângulo quase
amoroso, acompanhamos o desespero de Francis e Marie para agradar Nicolas,
esses personagens estão constantemente sendo filmados em câmera lenta no
momento em que estão se arrumando e caminhando pelas ruas, tomados pela
esperança de estar aos pés da beleza de “Nico” para poder agradá-lo e chamar
sua atenção. Mais do que um retrato fiel sobre a necessidade de chamar atenção
daqueles que amamos, Amores Imaginários funciona como uma análise sobre a busca
incessante da juventude moderna pelo padrão de beleza universal, os personagens
estão sempre maquiados, com o corte de cabelo perfeito e vestindo roupas caras,
e são incapazes de perceber (assim como nós) o quão bobo isso soa, mas o filme
parece nunca ter a pretensão de julgá-los (ponto positivo), e sim de extrair
belas cenas da infantilidade de seus atos. Em contraponto a beleza “forjada”
dos dois personagens, está a beleza angelical e quase etérea de Nicolas, um
jovem que possui naturalmente todo o padrão de beleza que dizem que devemos
alcançar, ele parece não fazer esforço nenhum para se tornar bonito e talvez
isso seja o que mais invoque o amor deles.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Dolan é um jovem
e competente diretor (sim, ele tinha apenas 20 anos na época em que escreveu, dirigiu
e atuou no filme), usa música pop francesa até composições clássicas que a todo
instante parecem capturar os gestos mais bonitos do ser humano e provar que o
corpo humano já é bonito por si só, além do estilo na forma como enquadra seus personagens.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Amores
Imaginários é um filme de moderado desespero, honesto até seu último segundo,
que captura a alma insegura da juventude em relação ao primeiro amor, com um
clima documental (já que este investe em pequenos depoimentos de estranhos
sobre fracassos amorosos), que facilmente se tornará modelo para qualquer
diretor que pretenda futuramente falar sobre amor na juventude.<o:p></o:p></div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-33617007010109080612012-01-09T10:16:00.000-08:002013-01-02T16:32:00.606-08:00Precisamos falar sobre o Kevin (We need to talk about Kevin, 2011)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLIuwUb91aSHGCdOlu6mX2A_RcPpnioY7kYY4lQIoIju1g6zTUWaOUmkYlqTZMad7WhygTga98EhucKQtQ42dLcJUn45ZgK0I2T5WMBBBaU4894EFNMdABkDtNtrlMU5F3R9561c02ef4/s1600/filmes-9243-cartazes-weneedtotalkaboutkevin_poster_07.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLIuwUb91aSHGCdOlu6mX2A_RcPpnioY7kYY4lQIoIju1g6zTUWaOUmkYlqTZMad7WhygTga98EhucKQtQ42dLcJUn45ZgK0I2T5WMBBBaU4894EFNMdABkDtNtrlMU5F3R9561c02ef4/s320/filmes-9243-cartazes-weneedtotalkaboutkevin_poster_07.jpg" width="218" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Precisamos
falar sobre o Kevin é um filme de análise de personagem, onde o objeto de
estudo é Eva Katchadourian que tem sua vida mudada e destruída após o massacre
causado pelo seu filho na escola em que estudava. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Através
de uma montagem fragmentada e não cronológica vamos conhecendo a vida de Eva em
diversos momentos, desde o início do namoro com seu marido até o momento em que
tem que lidar com as consequências do ato cruel que seu filho cometeu. A
montagem aparentemente desconexa serve aqui para que possamos perceber e
refletir sobre as mudanças, tantos físicas quanto psicológicas, que a
personagem principal sofre, enquanto Kevin ainda é criança, apesar de sua
relação com o filho já se revelar conturbada, vemos na figura de Eva uma mulher
vaidosa, inteligente e segura, ao passo que se revela extremamente cansada,
distraída e antissocial depois da tragédia, e isso está extremamente claro no
trabalho magnífico de Tilda Swinton, que abordarei a seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
filme se inicia com a personagem feliz no meio de centenas de pessoas, sendo
carregada toda suja de um líquido vermelho e a partir daí vai ser constante a
luta de Eva para se livrar desse vermelho, seja quando ela acorda com a fachada
de sua casa toda suja de vermelho em um ato de vandalismo ou quando seu filho
suja de vermelho as paredes do seu quarto com uma pistola de brinquedo só para
vê-la desesperada. O vermelho aqui pode significar a dor da personagem que
jamais a abandona e principalmente, a crueldade do ato de seu filho, por mais
que ela limpe seu carro, a fachada de sua casa ou as paredes do quarto, a
tragédia nunca vai embora, o sangue sempre vai estar presente em suas mãos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Assistir
Eva sendo lentamente devorada viva pela culpa e pela perplexidade se torna um
processo extremamente doloroso para o espectador, conhecer uma Eva resignada e
tratada como a principal culpada do que aconteceu não é nada fácil, em certo
momento ela está no corredor de um supermercado e de repente se esconde
assustada e ofegante de uma mulher, deixando até sua bolsa para trás, quando
mais tarde descobrimos que aquela mulher era mãe de uma das vítimas de seu
filho, em outro momento Eva é agredida na rua e aceita a agressão como forma de
punição, seja a agressão verbal ou física, isso vai destruindo a sua condição
humana aos poucos e sem perceber Eva caminha para o fundo do poço.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
grande triunfo do filme com certeza está no trabalho fenomenal de Tilda
Swinton, uma atriz que vem revelando-se mais competente a cada projeto. Tilda é
hábil ao fragmentar o comportamento de Eva em dois momentos: antes da tragédia,
como já havia citado, a personagem revela-se inteligente, vaidosa e feliz,
demonstrando algumas nuances de revolta e insegurança perante o seu filho,
mesmo que este ainda tenha seis anos de idade, ela se torna completamente
imóvel ao tomar qualquer providência em relação às atitudes provocadoras dele.
Logo após a tragédia, Tilda expõe a mudança drástica que sua personagem sofreu
ao mostrar Eva quase como um animal indefeso, sendo tomada pelo medo de ser
vista em público, e pela culpa através de nuances como um tom de voz mais baixo
e sussurrado ou em um olhar cansado e perdido. Eva se empolga ao saber que pode
se conectar na internet, Eva corre para o lado contrário quando alguém grita seu
nome na rua, Eva aceita as ofensas e olhares de julgamento calada, como eu
disse, não é uma tarefa fácil assistir a degradação humana de uma pessoa que
não teve culpa em relação a nada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<i><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Se você ainda não viu o filme, pule
para o próximo parágrafo:<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Kevin
odiava a sua mãe mais do que tudo no mundo, e o grande objetivo de sua
existência na terra era transformar a vida dela em um inferno, mas poupá-la de
ser mais uma de suas vítimas talvez tenha sido um ato final de crueldade,
porque morrer é rápido demais, deixa-la viva para suportar todos os dias a dor
de perder sua família e ser constantemente o alvo fácil de uma sociedade
hipócrita que aponta o dedo para todos os defeitos do outro, seria mais
doloroso e cruel, o que ele não contava é que poderia estar completamente
enganado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Precisamos
falar sobre o Kevin reflete sobre um tema que filmes como <i>Elefantes, de Gus Van Sant e Tarde Demais, de Shawn Ku </i>já debateram,
apenas com um ponto de vista diferente, focando na suposta culpa e
responsabilidade daqueles que deveriam educar para que seus filhos se tornassem
seres humanos melhores.<o:p></o:p></span></div>
Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-39397708395487050122011-07-12T10:21:00.000-07:002012-03-03T19:20:20.509-08:00Um homem que grita (Un homme qui crie, 2010)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLd9C6vAFgcYtgC0pecWQD5ewysh_BPuwYdqxtIVLZMECT69VzQ8CCNViiJCKQ2_ytll063YLMuitMyfH6E2_UOQYxwtXILTwy329C4EwH9qdzupwVVLJD2QtObGjsaU8uP_Yg1mJyjm4/s1600/1290142427_umhomemquegritacartazpromo.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5628517457428534818" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLd9C6vAFgcYtgC0pecWQD5ewysh_BPuwYdqxtIVLZMECT69VzQ8CCNViiJCKQ2_ytll063YLMuitMyfH6E2_UOQYxwtXILTwy329C4EwH9qdzupwVVLJD2QtObGjsaU8uP_Yg1mJyjm4/s320/1290142427_umhomemquegritacartazpromo.jpg" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 240px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Uma das mais visíveis características do filme “Um homem que grita”, é um paradoxo, centrado no personagem central o filme usa ao longo da projeção o silêncio como um elemento dramático, e o personagem central ao contrário do que imaginávamos é um homem calmo, pacato, e que quase nem abre a boca para falar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
No seu desenvolvimento, percebemos a triste transformação da sua vida, de salva-vidas chefe passar a ser um simples porteiro, e é aí que se encontra o maior triunfo de seu roteiro, na exposição da dualidade de seu personagem. Sempre centrado no desenvolvimento da boa relação pai e filho, o roteiro nunca deixa esse questionamento claro e explícito, ele fica apenas subentendido, guardado, como na triste cena em que o pai assiste o filho sendo capturado pelo exército e este gritando por ajuda e ele não faz nada, permanece dentro do quarto calado, paralisado. O roteiro primeiro desenvolve com habilidade a boa relação de pai e filho entre os personagens centrais, e como essa relação é afetada depois que o pai tem de decidir se o filho vai para guerra ou não, e consequentemente, se vai conseguir seu emprego de volta ou não. Sempre dividido entre ser um pai dedicado e um homem com orgulho, nunca conseguimos ver o personagem central como alguém ruim pelas suas atitudes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O filme possui cenas de forte impacto, como no momento em que ele está sentado em um banco que costumava sentar com seu filho, e a câmera vai se aproximando lentamente para seu rosto, enquadrando aquele homem desiludido, ou na cena em que sequer tenta ajudar o cachorro vira lata que sempre alimentava quando este é chutado pelo novo cozinheiro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Um homem que grita é um filme tocante sobre a covardia que mora dentro de nós e sobre o poder devastador que ela tem sobre a nossa vida.<o:p></o:p></div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-57052250585265087172011-04-26T16:35:00.000-07:002012-03-03T19:19:53.320-08:00Reencontrando a felicidade (Rabbit Hole, 2011)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQCMUQbFWVSnjsSi4OpfGyhUx3z2vfKsLUaVicgLf-CfLuWDX6cBMOjKeoZf2StVNSB1ZuE_L2XcBNawNqhKn7tl5UIusGQoALKJ9IgIqP8RCaeI7fatiMCOMTf9oCpq0DpV293KOWJzc/s1600/1h.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5600040195871108322" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQCMUQbFWVSnjsSi4OpfGyhUx3z2vfKsLUaVicgLf-CfLuWDX6cBMOjKeoZf2StVNSB1ZuE_L2XcBNawNqhKn7tl5UIusGQoALKJ9IgIqP8RCaeI7fatiMCOMTf9oCpq0DpV293KOWJzc/s320/1h.jpg" style="cursor: pointer; display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 246px;" /></a> <br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Rabbit hole impressiona e emociona pela sua simplicidade. John Cameron Mitchell nos conta uma triste história de um casal que luta para seguir em frente depois da morte do filho pequeno em um acidente de carro. O casal, muito bem defendido por uma Nicole Kidman e um Aaron Eckhart no melhor exercício de suas profissões, lida com o luto e com a perda da maneira mais acessível que lhe convêm de formas muito diferentes e às vezes até contraditórias. Howie se apega a vídeos do filho, fotos, pegadas de mãos sujas nas paredes e qualquer coisa que o faça lembrar do filho, mas ao mesmo tempo aceita a opção de ter outro filho ou até mesmo de vender a casa, já Rebecca tenta se livrar de tudo, não na tentativa de esquecer, mas apenas na tentativa de amenizar a dor, como doando roupas, colocando os brinquedos no porão, ou tirando a cadeirinha do banco de trás do carro, mas não consegue se afastar do garoto que provocou o acidente que matou o seu filho, em uma tentativa de misericórdia ou de lembrança, já que este se apresenta como a única lembrança viva do filho que não terá mais.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A dor da perda de um filho é um assunto recorrente no cinema, tratado de várias maneiras, como o belo italiano O Quarto do filho ou o visceral Entre Quatro Paredes, de Todd Fields. A narrativa de Rabbit Hole, que foi baseada em uma peça teatral vencedora do Tony, acerta ao se tornar bem equilibrada entre momentos subjetivos e objetivos, ao tentar transpor aos nossos olhos o conflito interno de seu casal principal e as brigas entre eles, na tentativa de achar um culpado.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
John Cameron Mitchell, que há alguns anos dirigiu Shortbus, um drama (explícita e esteticamente) erótico, que contava histórias sobre a vida sexual de vários estranhos. Ao olho nu, Shortbus podia soar apenas pornográfico e superficial, mas em uma melhor análise Shortbus, que usa o sexo para falar sobre a solidão nas cidades, e como o sexo fácil pode ser uma válvula de escape. Aparentemente, me surpreende a segurança com que Cameron Mitchell dirige Rabbit Hole, transformando o filme em uma obra bem estruturada e comovente, sem arroubos dramáticos para segurar a atenção. Aliás, ao longo do filme podemos citar cenas memoráveis, como a cena do porão, em que Becca pergunta a mãe: </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
- <span style="color: red;">Algum dia essa dor vai embora?</span> e Nat (Diane Wiest), responde com uma honestidade cruel: - <span style="color: red;">Não! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Temos ainda a cena do carro, em que Becca presencia a festa de uma família na ida do filho para a faculdade e se dá conta de que ela nunca viverá esse momento, e aos poucos flashes do dia do atropelamento invadem sua mente e a levam a um ataque de choro, tenho que citar a grandiosidade dessa cena e a magnitude da excelente montagem que opta por cortes rápidos mostrando apenas o semblante de pavor e de desespero da mãe, que se move lentamente, servindo como uma luva ao estudo psicológico do momento, já que de fato os momentos mais traumáticos de nossas vidas só conseguimos lembrar através de cortes fragmentados, a cena associada à bela e melancólica trilha sonora, se torna ainda mais triste.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Nicole Kidman, como Rebecca, exerce o melhor trabalho de sua carreira em anos, talvez desde As Horas, louvada pela crítica esse ano, talvez tivesse chances no Oscar se o filme tivesse melhor lançamento e divulgação, mas a injustiça do esquecimento fica por parte do excelente trabalho de Diane Wiest, a eterna coadjuvante de ouro, como a mãe que já passou por isso e que conseguiu se reerguer. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O fato de nunca conhecermos Arthur, não diminui a dor da perda e ao contrário, ainda conseguimos nos reconhecer em sua dor.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Certa vez ouvi um ditado que dizia: “Quando um cônjuge perde o companheiro, ele se torna viúvo, quando um filho perde os pais, se torna órfão, mas quando os pais perdem um filho, isso é tão desumano que ninguém ousou dar um nome”. Esse tema pode ser tratado no cinema milhares de vezes, mas nenhum filme vai conseguir traduzir a dor dessa perda, mas Rabbit Hole é válido pelo exercício. Um dos mais belos filmes do ano.<a href="" name="_GoBack"></a></div>
<br />
NOTA: 8,5Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-90289845783677915832011-02-05T19:50:00.000-08:002012-03-03T19:19:40.037-08:00Pânico (Scream, 1996)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyoFtXLjQj6gRrTNEKXcm_I7F9U2ao2-fGQwlE-CKrpn6ZqTGlKAUD5th7DlNJHx2LdO5ejxF5fLN7PIIWoFWnUzOVQa8Sz0FBieT-tjfhLdM_xWkDjCZccrRdfulEpzjNj-RVpq3YidI/s1600/p%25C3%25A2nico47.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5570421036513160594" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyoFtXLjQj6gRrTNEKXcm_I7F9U2ao2-fGQwlE-CKrpn6ZqTGlKAUD5th7DlNJHx2LdO5ejxF5fLN7PIIWoFWnUzOVQa8Sz0FBieT-tjfhLdM_xWkDjCZccrRdfulEpzjNj-RVpq3YidI/s320/p%25C3%25A2nico47.jpg" style="cursor: pointer; display: block; height: 320px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 216px;" /></a><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Há quem goste de filmes de terror e há quem os odeie, mas os motivos são vários, alguns são violentos demais e outros são ruins demais, alguns simplesmente não conseguem cair na graça do público e outros nem merecem fazê-lo. Afinal, o que qualifica um filme de terror como um bom exemplar?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um exemplo para ser estudado é o primeiro filme da trilogia Pânico (repare que ainda não dei a minha opinião sobre o filme) que divide opiniões. Pânico foi dirigido por Wes Craven em 1996, que até então havia dirigido As Criaturas atrás das paredes e A hora do Pesadelo e que se estabeleceu de vez como o mestre do terror (dignamente).</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pânico conta a história de Sidney Prescott que ao completar um ano após o assassinato de sua mãe em uma pequena cidade chamada Woodsboro tem que lidar com um serial killer aterrorizando a cidade atrás de jovens estudantes estúpidos e tarados, mas que tem como prato principal a protagonista virgem.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Parece uma sinopse comum vista em dezenas de outros filmes de terror adolescente, não? Mas em Pânico tudo é diferente, o roteiro de Kevin Williamson (Dawnson’s Creek) nos oferece um olhar diferente sobre tudo isso.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Vilões que aumentaram a popularidade do gênero no cinema como Freddy Krueger, Michael Meyers ou Jason Vorhees criaram em seus filmes e em suas sequências as regras dos filmes de terror adolescente, e a partir daí é como um bolo de caixa, é só empacotar e exibir. Bom, isso não funciona com Pânico, já que ao longo da projeção essas regras são escancaradas e todas as cartas são jogadas ao expectador, é como um mágico revelando todos os seus truques de magias, mas é aí que se encontra o sucesso do filme, o roteiro não satisfeito em entregar todas as regras, consegue ainda fazer piada com isso. Com uma narrativa inteligente, o roteiro não nos deixa suspeitar por muito tempo de apenas um personagem, como na cena em que Randy, Stuart e Billy conversam na locadora e ficam se acusando, é como um jogo de ping pong, todos os personagens que estão diretamente envolvidos tem motivos bastante concretos para se tornarem suspeitos e em todo momento o roteiro faz questão de salientar isso, até mesmo a própria protagonista, como na cena em que duas garotas conversam no banheiro acusando Sidney.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De início se trata apenas de um assassino com uma roupa preta, uma máscara de fantasma e uma faca matando, como disse acima jovens estúpidos e tarados, mas a outra grande parte do filme é que ele não se nega. Pânico não quer e nem pretende ser uma obra prima ou um clássico que vai entrar para história, ele mesmo se assume como apenas um filme slasher movie em todos os momentos e não pretende ser mais do que isso. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A verdade é que por mais que o filme tenha as suas irregularidades e seus defeitos, não podemos negar a sua importância para o gênero, já que foi o filme que ressurgiu das cinzas o gênero terror/suspense e que veio a influenciar nos próximos filmes de terror para adolescente como Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, Premonição e Lenda Urbana.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em uma determinada cena um personagem diz: “<i>Tem que haver uma sequência sempre”,</i> influencia dos clássicos do terror que não só tiveram sequência como quase viraram série, ou quando Sidney fala: “<i>A mocinha que ao invés de abrir a porta e sair correndo acaba subindo as escadas</i>”, que vem de Halloween e que mais tarde é usada em Pânico 2, mas talvez o melhor momento é quando Randy estabelece as regras: “<i>Não transe e nunca diga Já volto”. </i>Já que a trilogia toda é marcada por suas cenas de abertura (que foi uma das características que não se perderam), o que dizer do jogo de gato e rato com Casey Cooper, interpretada por uma Drew Barrymore (que desistiu do papel de Sidney com medo que o filme arruinasse sua carreira) aterrorizada? Brilhante. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A diferença de Pânico para esses outros exemplares, é que ele é sarcástico, cômico, criativo, cheio de referências aos clássicos e se assume como um filme feito para a diversão para o público jovem e que usa os clichês de outros filmes que o influenciaram e acaba se tornando uma homenagem ao terror.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nota: 8,0</div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-55594882687264432312011-01-28T10:05:00.000-08:002011-01-28T10:22:04.782-08:00As Pontes de Madison (The Bridges of Madison County, 1994)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQUUEibDbHcBk4iQ-gdsLqO9Z0qeqGQ3Nx_3zuauZ5HaImwaBlhzEUnSQOWClSFnHPMi1zhlk8H7GxaQ1J1v-G3zOH_T4OaI-mjfD0tHzqMrDYDwQXQOuJWTbB7loNcZ78zoYLWF_Qjho/s1600/as+pontes+de+madison2.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 223px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQUUEibDbHcBk4iQ-gdsLqO9Z0qeqGQ3Nx_3zuauZ5HaImwaBlhzEUnSQOWClSFnHPMi1zhlk8H7GxaQ1J1v-G3zOH_T4OaI-mjfD0tHzqMrDYDwQXQOuJWTbB7loNcZ78zoYLWF_Qjho/s320/as+pontes+de+madison2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567299609041994946" border="0" /></a><br /><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:';font-size:100%;" >As Pontes de Madison é um conto sobre amor, e sobre honestidade, sobre todas coisas que buscamos e as coisas que temos, e como somos obrigados a nos acostumar com elas.<br /><br />Robert Kincaid, jornalista fotográfico da <i>National Geographic</i> e Francesca Johnson, uma dona de casa do Iowa, não estavam à procura de qualquer reviravolta nas suas vidas. Cada um já tinha chegado a um ponto da vida em que as expectativas pertenciam ao passado. Contudo, quatro dias depois de se conhecerem não querem perder o amor que encontraram. Meryl Streep premiada com Oscares da Academia (foi nomeada pela 10ª vez por esta interpretação) e Clint Eastwood (que produziu e realizou o filme) encantam com uma brilhante e poderosa interpretação dos personagens criados pelo escritor Robert James Waller neste best-seller de amor, decisões e consequências. O <i>Entertainment Weekly</i> afirma: "Streep e Eastwood, tanto em imagem como em espírito, estão tão perfeitos que parecem sair das páginas do livro". Também perfeitos estão os pequenos detalhes e as grandes emoções do grande amor de uma vida. Com sorte, mais cedo ou mais tarde, um amor destes acontece na vida de cada um. Para Robert e Francesca foi tarde. Mas foi glorioso.</span></p><br /><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:';font-size:100%;" >Francesca tem uma sinceridade dolorosa sobre a vida, é uma mulher que busca inconscientemente pelo novo, pelo especial, aquilo que a faça tremer, mas que já está acostumada com o convencional e comum, uma espécie de rendição própria, mas todos os seus sonhos e desejos vêm na figura desse homem fotógrafo e forasteiro que a faz sentir viva de novo, mas como ela já está tão acostumada a se render e entregar seus sonhos ao passado é exatamente isso que ela faz, ou pelo menos tenta fazer.</span></p><br /><br /><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:';font-size:100%;" >As Pontes de Madison que recentemente foi adaptado para o teatro cativa pela simplicidade em sua essência, que pode ser a palavra chave para melhor descrever a obra adaptada do romance de Robert J. Waller, sem jamais ir para o absurdo e exagerado. É sobre duas pessoas que se amam mas são inteligentes o bastante para enxergar os dois lados dessa relação, sem nunca tirar os pés do chão. </span></p><br /><br /><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:';font-size:100%;" >Algumas vezes As Pontes de Madison consegue até ser erótico, mas do seu próprio modo, como na cena em que Francesca toma banho na banheira que Robert tinha acabado de usar.</span></p><br /><br /><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:';font-size:100%;" >Meryl Streep e Clint Eastwood são competentes ao perceber que a força do filme não está somente em suas performances, mas no roteiro do filme, percebem que Francesca e Robert se apaixonam um pelo outro por motivos opostos, ela se apaixona por ele por ser um forasteiro cheio de histórias e experiências do mundo, e ele se apaixona por ela por ser uma dona de casa comum e triste, eles percebem que se completam.</span></p><br /><br /><p style="text-align: justify;" class="MsoNormal"><span style="line-height: 115%;font-family:';font-size:100%;" >O fato é que As Pontes de Madison é um dos romances mais honestos da década de 90.</span></p><br /><br /><br /><span style="line-height: 115%;font-family:';font-size:12;" ><span style="font-size:100%;">NOTA: 8,5</span></span>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-7029015463792786372011-01-28T09:52:00.000-08:002011-01-28T10:04:05.891-08:00Dente Canino (Kynodontas, 2010)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjdHeqFvA6EblApmE-L4AjsbCfgOIeWGxWXnW0FR2HfvFLg82oxjZIG4awAYsc4MJ-ZI39TOQj71vUX0oxdxCkhd1AsYi5oQGV-ZkQE6atgvixbU3dmkhT-jlwsUNcXLiUgU8FTy3xjY0/s1600/dente+canino2.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 216px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjdHeqFvA6EblApmE-L4AjsbCfgOIeWGxWXnW0FR2HfvFLg82oxjZIG4awAYsc4MJ-ZI39TOQj71vUX0oxdxCkhd1AsYi5oQGV-ZkQE6atgvixbU3dmkhT-jlwsUNcXLiUgU8FTy3xjY0/s320/dente+canino2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567297722585022610" border="0" /></a><!--[if gte mso 9]><xml> <o:officedocumentsettings> <o:relyonvml/> <o:allowpng/> </o:OfficeDocumentSettings> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves/> <w:trackformatting/> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:donotpromoteqf/> <w:lidthemeother>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:lidthemeasian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:lidthemecomplexscript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> <w:splitpgbreakandparamark/> <w:enableopentypekerning/> <w:dontflipmirrorindents/> <w:overridetablestylehps/> </w:Compatibility> <m:mathpr> <m:mathfont val="Cambria Math"> <m:brkbin val="before"> <m:brkbinsub val="--"> <m:smallfrac val="off"> <m:dispdef/> <m:lmargin val="0"> <m:rmargin val="0"> <m:defjc val="centerGroup"> <m:wrapindent val="1440"> <m:intlim val="subSup"> <m:narylim val="undOvr"> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" defunhidewhenused="true" defsemihidden="true" defqformat="false" defpriority="99" latentstylecount="267"> <w:lsdexception locked="false" priority="0" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Normal"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="heading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="9" qformat="true" name="heading 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 7"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 8"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" name="toc 9"> <w:lsdexception locked="false" priority="35" qformat="true" name="caption"> <w:lsdexception locked="false" priority="10" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" name="Default Paragraph Font"> <w:lsdexception locked="false" priority="11" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtitle"> <w:lsdexception locked="false" priority="22" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Strong"> <w:lsdexception locked="false" priority="20" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="59" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Table Grid"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Placeholder Text"> <w:lsdexception locked="false" priority="1" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="No Spacing"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" unhidewhenused="false" name="Revision"> <w:lsdexception locked="false" priority="34" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="List Paragraph"> <w:lsdexception locked="false" priority="29" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="30" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Quote"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 1"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 2"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 3"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 4"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 5"> <w:lsdexception locked="false" priority="60" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="61" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="62" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Light Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="63" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="64" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Shading 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="65" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="66" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium List 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="67" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 1 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="68" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 2 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="69" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Medium Grid 3 Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="70" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Dark List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="71" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Shading Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="72" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful List Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="73" semihidden="false" unhidewhenused="false" name="Colorful Grid Accent 6"> <w:lsdexception locked="false" priority="19" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="21" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Emphasis"> <w:lsdexception locked="false" priority="31" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Subtle Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="32" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Intense Reference"> <w:lsdexception locked="false" priority="33" semihidden="false" unhidewhenused="false" qformat="true" name="Book Title"> <w:lsdexception locked="false" priority="37" name="Bibliography"> <w:lsdexception locked="false" priority="39" qformat="true" name="TOC Heading"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin-top:0cm; mso-para-margin-right:0cm; mso-para-margin-bottom:10.0pt; mso-para-margin-left:0cm; line-height:115%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi; mso-fareast-language:EN-US;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ultimamente temos acompanhado na TV através de noticiários casos monstruosos sobre atrocidades que alguns pais cometem contra os próprios filhos, como jogar recém-nascido na lata de lixo, ou simplesmente manter a própria filha trancafiada no porão da própria casa e estupra-la diariamente por anos. Esses casos de atrocidades aos poucos vêm sendo representados no cinema de todo mundo, sempre de uma forma polêmica e perturbadora.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Dente canino pode ser considerado um exemplar desse tipo de atrocidade que o ser humano sempre está disposto a fazer em nome do bem próprio, mesmo que isso signifique ferir e torturar o próprio filho. O filme grego de <strong><span style=";font-family:";" >Yorgos Lanthimos</span></strong><strong><span style=";font-family:";" >, conta a história dos pais que criaram seus três filhos, um menino e duas meninas, sem a interferência ou influência de qualquer outro ser humano além deles, sem influência da Tv, Jornais ou qualquer outro meio de informação, aos poucos no destrinchar da história podemos perceber a deficiência mental causada pelos pais em seus filhos devido à educação destrutiva. Os três filhos cresceram e apesar de já terem se tornado homem e mulheres ainda agem como se fossem crianças que brincam de bonecas e correm pelo quintal de casa.</span></strong></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><strong style="font-weight: normal;"><span style=";font-family:";" >O filme que recente e supreendentemente foi nomeado ao Oscar 2011 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro tem uma carga de violência muito grande, não só física, mas também mental, porque a todo o momento ficamos atordoados e nos sentimos perturbados por presenciar tudo aquilo, que há pouco tempo achávamos de que seria impossível de acontecer. A degradação humana chega a um ponto tão absurdo que as “crianças” acham que um simples gato pode se tornar uma ameaça mortal para toda a família como se fosse uma fera sedenta por sangue, já que assim avisou o pai deles, e por causa disso o “menino” acabou cortando a cabeça de um pobre animal com uma tesoura de podar. Em outro momento, o “menino” que só mantém relações sexuais com uma estranha que através do pai vai até a casa deles de carro e com os olhos vendados para não reconhecer o caminho, ouve a palavra zumbi e em um impulso de curiosidade pergunta a mãe o que aquilo significa e ela lhe responde que é apenas uma flor amarela. E por aí vai, como na cena em que vemos uma das “meninas” fazendo sexo oral na estranha em troca de um presente qualquer, e aquelas menina acabam acreditando que lamber as outras pessoas é um gesto de agrado e carinho. </span></strong><span style=""></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Esse tipo de educação absurda e degradante acaba nos fazendo perguntar como poderia ter surgido e como aqueles pais podem ter a coragem de retardar voluntariamente seus próprios filhos, um dos triunfos do roteiro escrito por <b style="">Yorgos Lanthimos e Efthimis Filippou</b> é que sempre é deixado em aberto de onde aquilo surgiu, podemos perceber sim que aquilo é iniciativa do pai, já que é ele quem sempre tem as rédeas da situação e que sempre faz tudo para aquilo não sair dos trilhos, já que até sua esposa é mantida de “refém” porque acaba partilhando daquela educação, o que nos leva a pensar por algum momento que aquilo não passa de um ato de crueldade, mas isso o roteiro também não define, o que nos faz pensar também que aquilo é uma espécie de crença que o pai tem e que pode tornar seus filhos melhores desse jeito, como se os fins justificassem os meios.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Dente canino é controverso na sua própria controvérsia, não satisfeito de nos fazer presenciar aquela tortura absurda, ainda não nos oferece nenhuma espécie de consequência ou crítica sobre os danos sociais que aquilo tudo teria causado, ou seja, notadamente é um filme sobre ações e não de consequências, a todo o momento percebemos o quão aquela criação dada pelos seus pais foi destrutiva, mas em nenhum momento podemos perceber uma espécie de crítica ou de julgamento pela parte do diretor e do roteiro, aquilo tudo é aceitável sob todos os pontos de vista, o único lado que parecesse ser atacado e chocado com aquela espécie de existência são as pessoas que assistem e que sabem que a educação modelo e correta certamente seria aquela que estamos acostumados a ver, ou seja, a nossa.</p><br />Nota: 8,0Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-87060489348402358172010-08-20T12:59:00.000-07:002010-08-20T13:23:22.212-07:00Paixão à flor da pele (Wicker Park, 2004)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSuealkVU4R5e7F6PIzFUDhn7ywW3CzE_B-HNvpkSQTTHN8ALI6mUP9eCMw4i7jCXFjIIw_VcwLmOHS5hGMgZsytW25UWk9jjjiA_IqVXs06blcMXvpqlsiIcWuoygAH59O0XXkvGxWbE/s1600/images.jpeg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5507590102748094674" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 185px; CURSOR: hand; HEIGHT: 272px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSuealkVU4R5e7F6PIzFUDhn7ywW3CzE_B-HNvpkSQTTHN8ALI6mUP9eCMw4i7jCXFjIIw_VcwLmOHS5hGMgZsytW25UWk9jjjiA_IqVXs06blcMXvpqlsiIcWuoygAH59O0XXkvGxWbE/s320/images.jpeg" border="0" /></a><br /><div><div align="justify"></div><div align="justify">Não é muito difícil de acompanharmos hoje em dia refilmagens de clássicos ou filmes não-americanos para a língua inglesa, é menos difícil ainda nos deparar com refilmagens aquém do seu original, mas como toda regra tem sua exceção de vez em quando encontramos algumas refilmagens que merecem ser assistidas, como é o caso de Paixão à flor da pele, novo filme de Paul McGuigan.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Matthew (Josh Hartnett) é um jovem empresário que acredita ter visto em um café a mulher (Diane Kruger) que foi seu grande amor, que desapareceu misteriosamente há dois anos. Ele decide segui-la, descobrindo aonde ela mora. Esta se torna sua rotina durante vários dias, tornando-se uma obsessão para Matthew reencontrá-la. Um dia ele decide invadir o apartamento dela, para poder esperá-la. Porém o que ele não sabe é que a mulher que segue não é exatamente quem ele pensa ser, e que ela sabe exatamente o que está fazendo.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Acompanhamos a refilmagem de O Apartamento (com Mônica Bellucci), através de uma montagem fragmentada, cheia de flashbacks, quase como um quebra cabeças, a edição de Andrew Hulme vai nos entregando certas informações no momento certo sem nunca nos revelar demais, a edição é acompanhada pela competente fotografia de Peter Sova que tem o trabalho de nos entregar as nuances de seus personagens para que os conheçamos melhor, com lindos enquadramentos, por exemplo, quando acompanhamos o olhar triste da personagem de Rose Byrne ao ler um livro, conferindo uma maior beleza estética ao filme.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Acompanhamos uma direção cuidadosa e segura de Paul McGuigan em acompanhar uma história de amor a três (mesmo que estes não saibam) entre algo que passeia do plausível ao extremamente humano.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Aqui temos o interessante trio de atores Josh Hartnett, Diane Kruger e Rose Byrne em performances seguras e corretas, mas com certeza qualquer pessoa que assista Paixão à flor da pele não vai deixar o trabalho que Rose Byrne faz passar despercebido. Acompanhamos Rose Byrne desenvolver sua personagem com competência ao transformar Alex em uma mulher frágil, solitária e apaixonada que pode cometer qualquer e todo erro que qualquer pessoa pode cometer por amor, sem deixar que a julguemos e a enxerguemos como uma vilã vazia, uma mulher solitária e vazia, mas nunca como uma vilã. Byrne é hábil ao compreender a paixão que Alex sente por Matt, e principalmente a atração que ela sente pela beleza de Lisa, uma beleza alegre e viva, a qual ela não tem. Rose Byrne tem aqui um trabalho complexo e difícil ao transformar Alex em uma mulher apaixonada, humana e misteriosa que é obrigada a mudar de comportamento conforme o personag, são várias Alex's em uma só. É a história de uma amor obssessivo, louco e solitário, que causa dependência na busca pelo vazio da alma da personagem, conseguimos perceber isso quando ela pergunta: "Você me ama?", ao personagem que ela acabou de conhecer.</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Paixão à flor da pele pode não ser um clássico, mas é uma das poucas refilmagens que valem a pena a ser conferidas, e com certeza pode ser comparada ao seu original, talvez seja até melhor que o mesmo, arrisco dizer.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">NOTA: 7,0</div></div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-81342681287760445882009-02-09T06:40:00.000-08:002010-05-25T15:42:17.253-07:00Desejos e Traições (The Sisters, 2005)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-JqGfrwI8dc37fF8PPM4-sXoXvsANxsfQumT2JwNrjl0T-4Z5BIwVd6HA79Qe_W6OwCQabSo0mg4UovQ3d9_L2yzLYwyxYtDeBpanmRBySYzDMd2s4FtPKqOg1QAzWG252GM3bpBmw5g/s1600-h/thesistersposter.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 226px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5300808155754667234" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-JqGfrwI8dc37fF8PPM4-sXoXvsANxsfQumT2JwNrjl0T-4Z5BIwVd6HA79Qe_W6OwCQabSo0mg4UovQ3d9_L2yzLYwyxYtDeBpanmRBySYzDMd2s4FtPKqOg1QAzWG252GM3bpBmw5g/s320/thesistersposter.jpg" /></a> Este filme que chegou nas locadoras faz pouco tempo, é aquele tipo de filme que ninguém vê, ninguém sabe que existe, mas são um dos melhores do ano.<br />Desejos e Traições (The Sisters), baseado em uma peça do dramaturgo russo, Anton Chekov. Desejos e Traições é aquele independente sobre drama familiares, verdades e segredos que permanecem por gerações, e o confronto dos mesmos.<br />Belo filme, com belo roteiro e belo elenco. Venceu três prêmios no Dixie Film Festival Melhor Filme, Melhor Atriz (Maria Bello) e Melhor Ator (Erick McCormarck - o Will de Will and Grace), indicado ao Casting Society of America de Melhor Elenco de Independente e Seleção Oficial nos festivais de Tribeca e Hollywood. Recomendo.Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-52083751510138577722009-02-07T06:49:00.000-08:002009-02-07T06:56:50.659-08:00O Leitor (The Reader, 2009)<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbaV-tZJzjopzt_28prC_mfVE9rwfuf30qx7XR4MJS7i8UsLSEo9Bmt_Mge1HyaXPXxrorlxSbZdySEauFD2Hrx4tXIuI4eXpdxCo1JCsuLY0KkUhYg_4OP3TTFq0QLEXc3xjw3Hghf28/s400/the-reader-movieposter.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 270px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbaV-tZJzjopzt_28prC_mfVE9rwfuf30qx7XR4MJS7i8UsLSEo9Bmt_Mge1HyaXPXxrorlxSbZdySEauFD2Hrx4tXIuI4eXpdxCo1JCsuLY0KkUhYg_4OP3TTFq0QLEXc3xjw3Hghf28/s400/the-reader-movieposter.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><div align="justify">Stephen Daldry é um diretor seletivo. Com apenas três filmes na sua filmografia, mas com três indicações ao Oscar, nos deu de presente um dos melhores filmes da década, o íntimo As Horas, o elogiado e premiado Billy Elliot, e depois de alguns anos de férias, ele volta com o polêmico O Leitor, que recebeu 5 indicações ao Oscar.</div><br /><br />A sociedade acredita que é guiada pela moralidade mas isto não é verdade. O premiado diretor de As Horas, Stephen Daldry, mostra novamente toda sua força nesta história de medos e segredos escondidos pelo tempo. Hanna (Kate Winslet) foi uma mulher solitária durante grande parte da vida. Quando se envolve amorosamente com o adolescente Michael (Ralph Finnes)não imagina que um caso de verão irá marcar suas vidas para sempre. Livro com sucesso mundial de vendas, O Leitor é a uma história que nos levará a questionar todas as nossas mais profundas verdades.<br /><br /><br />O Projeto tão polêmico de Daldry possui níveis já conhecidos para quem acompanha os filmes desse diretor, o filme possui linhas mais voltadas ao íntimo dos seus personagens, está tudo subentendido, muitas nuances, como é característica do diretor, o que pode afetar um pouco o cinéfilo que não conhece suas obras e não entende seu trabalho e achar um filme “difícil”, mas na verdade O Leitor é um filme para ser assistido com vontade e disposição, para entender seus detalhes.<br /><br /><br />O Roteiro de David Hare, o mesmo roteirista de As Horas, expõe aqui seu talento com sutilezas, compõe um roteiro com uma visão diferente sobre os fatos do Holocausto, menos convencional e sem nunca deixar cair no melodramático, aliás cenas dramáticas em O Leitor faltam.<br /><br /><br />E como não podia faltar em um filme de Daldry, o seu elenco, que sempre é um ponto positivo a se somar, o trio formado por Fiennes, Winslet e Kross é magnífico. Winslet expõe uma tridimensionalidade maravilhosa de Hanna, é competente ao retratar a acusada como uma mulher forte, orgulhosa e trabalhadora, porém humana e ferida pela vida, com uma racionalidade incrível, a mesma mulher que é capaz de mandar a morta outras mulheres é capaz de chorar ao ver crianças cantando em uma igreja, é um trabalho emocional e interno maravilhoso de uma atriz que só cresce, com uma personagem acima de tudo ambígua. Ralph Fiennes, como sempre brilhante, expondo todo o amor, dúvida e certa raiva que ele sentia pela mulher que o abandonou. David Kross brilha na pele do Michael Berg mais jovem, capaz de expor todo o charme e inocência do seu personagem, acompanha dignamente todas as fases do seu personagem, amadurecendo-o, crescendo-o, vivendo-o. Mas, a grande surpresa de The Reader, se localiza na performance forte de terminada de Lena Olin, atriz que andava sumida, e que voltou com tudo, numa performance maravilhosa, que expõe sua Sr. Mather com a força e frieza que a dor lhe causou, e que personagem precisava.<br /><br /><br />O fato é que O Leitor, é mais um filme digno e competente de um diretor que cumpre o que promete a cada novo trabalho. Merecedor de cada indicação ao prêmio Oscar que recebeu e merecedor de elogios. O Leitor é mais um filme sobre as verdades que mantemos escondidas e sobre os momentos em que o passado insiste em voltar para nos assombrar, e o medo que temos dele.<br /><br /><br />NOTA: 8,0 </div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-12105055076196275712009-02-05T06:29:00.000-08:002010-12-29T10:55:07.461-08:00Dúvida (Doubt, 2009)<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmV4sYicjN4OpAfwsx5AacnbtYQZCOS858niRGNcl3tlWVuCOq2qV3zTlbAFJ-lzOMC-5FqFCIxadWBTD74K1lW4_dR7PpG07eHTN3xdcR0YPWQMK3l7noM413lTHAqHRtw6FFvtPUlz0/s1600-h/DoubtPoster.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5299320692455764162" style="display: block; margin: 0px auto 10px; width: 219px; height: 320px; text-align: center;" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmV4sYicjN4OpAfwsx5AacnbtYQZCOS858niRGNcl3tlWVuCOq2qV3zTlbAFJ-lzOMC-5FqFCIxadWBTD74K1lW4_dR7PpG07eHTN3xdcR0YPWQMK3l7noM413lTHAqHRtw6FFvtPUlz0/s320/DoubtPoster.jpg" border="0" /></a> O filme de John Patrick Shanley levanta uma questão muito importante sobre a Igreja Católica e a sua reação diante de casos tão polêmicos como a pedifilia, assunto hoje tão destacado e comentado na Tv, em casos assustadores.<br /><br /></div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">A história é ambientada no ano de 1964, em uma escola católica no Bronx (Nova York), onde a diretora (Meryl Streep) é uma dura freira que acusa publicamente de pedofilia um padre popular (Philip Seymour Hoffman). O filme aborda as questões de religião, autoridade e moralidade.</div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />O caso do filme é muito peculiar, no primeiro ato o mesmo tem sua maestria, um roteiro intrigante e intrínseco e que nos questiona, nos envolve e define muito bem as características de seus personagens, mas no segundo e principalmente no último ato essa maestria se perde no seu emaranhado. O que estava implícito e subentendido com tamanha inteligência na primeira hora, se perde ao longo da projeção.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />O Diretor conseguiu um grande elenco, mas o sentimento que fica ao término do filme é de que foi aquém, poderia ter sido mais. O Grande destaque e a verdadeira alma do filme é a performance de Amy Adams que compõe sua irmã James com extrema clareza e cuidado, sem deixar que se torne mais uma personagem incocente e sem importância para trama, sua presença está toda hora lá, com incríveis nuances. Philip Seymour Hoffman sempre competente expõe uma bondade e uma dualidade ao seu personagem que soa incrível, um bom equilíbrio do ator no qual o roteiro se apoia. Meryl Streep, é assustadora, mas assim como o roteiro nos deixa a sensação de que poderia ter sido mais, sua performance é quase um piloto automático, nem se parece com as competentes performances de As Horas e As Pontes de Madison. Viola Davis é um ponto positivo a somar.</div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Infelizmente, Doubt é aquele trágico tipo de filme que pára pela metade, dependendo de uma direção confusa e indecisa, um John Patrick Shanley perdido com a faca e o queijo na mão, porém cego demais para saber cortar.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />NOTA: 6,0</div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-52913254352652477972009-02-02T04:41:00.000-08:002009-02-09T06:34:52.403-08:00Grey's Anatomy e Brothers And Sisters<div align="justify">Recentemente, comecei a acompanhar algumas séries muito interessantes. </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Sempre fui muito apaixonado por F.R.I.E.N.D.S, e Will e Grace, mas recentemente comecei a assistir Grey's Anatomy e Brothers And Sisters, e o resultado foi o melhor possível.</div><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298185848842393442" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU3CWXX0OeaNHrJ4_3zSOvCrAWYp2m2Mv-GE-dwtG6p0MwB-CT2UmnJXj9xJ-ZD56SVwiQ5GVXngPT_2XnXxbG0g6BuurWrDIppwFXOcxavWbfi6ZtynsiUm9okgCB8XKnrqhfban3r8g/s320/172630__denny_l.jpg" border="0" /> <div align="justify"><strong></strong></div><div align="justify"><strong>Grey's Anatomy</strong>, acompanha um turma de médicos que vão fazer residência no hospital de Seattle Grace, dentre eles Meredith Grey (Ellen Pompeo), filha de uma grande médica reconhecida no país que agora sofre de Mal de Azhaimer, Izzie Stevens (Katherine Heigl), ex-modelo que agora é médica e sofre com o preconceito, George O'Malley (T.R. Knight) um médico jovem e atrapalhado, e Christina Yang (Sandra Oh), uma médica forte e que não leva desaforo pra casa. Todos esses jovens médicos vão lidar com as dificuldades de início de carreira e com o amadurecimento pessoal e profissional. As vezes, Grey's Anatomy se torna uma série bastante lugar comum, mas sempre continua interessante, em seus casos médicos.</div><br /><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298185232571699122" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 213px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU7kXuGqEy7ADyuWxjDTj3vCZvwpn1F2cgXFx9TkPKYsaT4m0RhSsVVAW6fVUnM5piZ3R6vKREFOHfnbWBm_MkPocdEr2zcd4CTgkQlfmUsNLdreKQFRj9dyeZu30T_LLOwsrhY8nfpI4/s320/brothers-sisters-cast.jpg" border="0" /><br /><div align="justify"><strong>Brothers And Sisters</strong>, é uma série de drama familiar, depois da morte do patriarca da família, segredos e verdades virão a tona e confrontarão uma família inteira, estrelada por atores renomados como Sally Field, Calista Flockhart e Rachel Griffiths, é a série que mais me interessa ultimamente, recentemente acabei de assistir a 1ª temporada e já estou engatando a 2ª. O elenco além de ser fenomenal, a série trata os dramas familiares do Walkers com bastante inteligência e dignidade.</div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-75419957331229794122009-01-19T06:57:00.000-08:002009-02-07T05:05:07.715-08:00<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7z2PLrz5yhq5xd_AnX6uDW-iosvw_gTJ6ORG1mYYoUzMKg2sEniBVUo2TZXEpg6PGd-JvXLkd9unXrtDh6xTlDIgWD4flEeWzyje6BpTyc_RXKO-rTFE8B4RFQCvd_HU-c1RmB1bdEqc/s1600-h/imagem.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5293029330496493410" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 147px; CURSOR: hand; HEIGHT: 195px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7z2PLrz5yhq5xd_AnX6uDW-iosvw_gTJ6ORG1mYYoUzMKg2sEniBVUo2TZXEpg6PGd-JvXLkd9unXrtDh6xTlDIgWD4flEeWzyje6BpTyc_RXKO-rTFE8B4RFQCvd_HU-c1RmB1bdEqc/s320/imagem.JPG" border="0" /></a><br /><div align="justify"><strong>Dia 18 de Janeiro saíram os indicados ao <a href="http://www.blogueiroscinefilos.blogspot.com/">Blog de Ouro 2009</a>, premiação da Sociedade Brasileira de Cinéfilos Blogueiros que eu entrei recentemente.</strong></div><br /><strong>Aqui vou fazer uma análise da lista, de alguns indicados, as belas surpresas e as más surpresas.</strong><br /><br /><strong>1. Melhor Filme</strong><br /><br />Como era de ser esperar os franco favoritos Onde os fracos não têm vez, Sangue Negro e O Cavaleiro das Trevas figuraram entre os indicados. Desejo e Reparação foi uma bela surpresa. O que não me agrada é a ideia de ver uma animação concorrendo na categoria principal, para isso existe sua própria categoria, por mais brilhante que ela seja, como é o caso de Wall*e.<br /><br /><strong>2. Melhor Direção</strong><br /><br />Na categoria de melhor direção, nada mais do que o esperado, mas muito bem formulada.<br /><br /><strong>3. Melhor Atriz</strong><br /><br />Ótimas surpresas, Anamaria Marinca e Julianne Moore entre as indicadas. Ótimo. Laura Linney numa performance super inspirada por A Família Savage também foi lembrada. Ellen Page e Julie Christie já eram de esperar.<br /><br /><strong>4. Melhor Ator</strong><br /><br />Philip Seymour Hoffman justamente lembrado pelo seu desempenho em Antes que o diabo saiba que você está morto, foi uma ótima surpresa. Jhonny Depp infelizmente, assim como no Oscar, foi lembrado pelo desempenho pífio e banal por Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet.<strong> </strong><br /><br /><strong>5. Melhor Roteiro Adaptado</strong><br /><br />Entre os indicados nenhuma surpresa, os belos roteiros de Sangue Negro, Onde os fracos não têm vez, Na Natureza Selvagem, Desejo e Reparação e O Escafândro e a Borboleta foram lembrados. Apesar de minha torcida sempre ficar com Desejo e Reparação<strong>.</strong><br /><br /><strong>6. Roteiro Original</strong><br /><br />Ainda não vi Queime depois de ler, espero com ansiedade. Ver Vicky Cristina Barcelona entre os indicados foi ótimo, aliás vou torcer para o mesmo, um grande novo filme de Woody Allen. Antes que o diabo saiba que você está morto tamém é uma ótima surpresa. Como todos sabem não sou o maior fã de Juno, e vê-lo indicado, é uma das minhas poucas decepcões<strong>.</strong> </div>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-87004642448675370092009-01-10T06:15:00.000-08:002009-02-09T06:36:00.839-08:00O Tempo de cada um (Personal Velocity, 2002)<p align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3hdCBwbsoGpCua3bjF2K-eD_jUIfuiM2ZNMWCppUVWgQeWjqqWLrJIsAeVWtqgBFfTqzsNs0RiQfjK53G7fb1pX5sZmfWTDAW8WqjCXiARi9ZD_PmotztVDd1JZSCBiQI__oMWYrkcbQ/s1600-h/sem+título2.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5289670249398698978" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 216px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3hdCBwbsoGpCua3bjF2K-eD_jUIfuiM2ZNMWCppUVWgQeWjqqWLrJIsAeVWtqgBFfTqzsNs0RiQfjK53G7fb1pX5sZmfWTDAW8WqjCXiARi9ZD_PmotztVDd1JZSCBiQI__oMWYrkcbQ/s320/sem+t%C3%ADtulo2.bmp" border="0" /></a><br />Quantas vezes você se perguntou, “O que move a minha vida?”, e não obteve resposta alguma?<br />Quantas vezes você se perguntou como seria sua vida se tivesse feito escolhas diferentes, ou ter arriscado mais?<br />O cinema moderno ultimamente vem estudando o motivo pelo qual somos quem somos, provas disso podemos ver em filmes como As Horas, Coisas que você pode dizer só de olhar para ela, Questão de vida, e filmes na sua maioria com temática feminina.<br />O mestre Ingmar Bergman já estudava a alma feminina em seus filmes, Woody Allen fez um belo estudo em Interiores, e hoje, temos seus seguidores, como Rodrigo Garcia e por vez, Rebecca Miller.<br /><br />Três mulheres que, em crise, buscam encontrar algum sentido em sua vida e dar a volta por cima. Uma delas é Delia (Kyra Sedgwick), que sofre constantes agressões do marido mas não o abandona por ainda amá-lo. Greta (Parker Posey) é uma editora de livros de culinária que é convidada para editar o novo livro de Thavi Matola (Joel de la Fuente), um dos principais escritores da atualidade. Paula (Fairuza Balk) é uma jovem que, após quase ter morrido, se sente desorientada em relação ao mundo e ao bebê que carrega em seu ventre.</p><p align="justify"><br />Kyra Sedqwick, que interpreta Delia, expõe uma grande força em cena, compõe uma personagem explosiva, porém com um brilho inocente no olhar, de mulher sofrida, é uma performance inteligente, bem trabalhada. Ao conhecermos Delia, vemos uma mulher forte, determinada e com um temperamento forte, porém Kyra faz muito mais do que isso, imprime em sua personagem algo único, melancólico e sofrido, verdadeiro. Parker Posey, na performance mais incrível de sua carreira, trabalha sutilmente com todas as nuances de sua personagem, acompanha cada fase, desde a culpa por não amar verdadeiramente o seu doce marido até o leve toque de ambição que herdou do seu pai, a forma que reage ao ser promovida. É um personagem bem escrito e bem interpretado. Mas, o grande destaque do filme é a comovente performance de Fairuza Balk, que interpreta a confusa Paula, em uma performance cheia de detalhes, em uma história aberta para todos os tipos de interpretação, até o espiritual. Sua história é sobre a chegada do amadurecimento, sobre as escolhas que fazemos (ou quase fazemos) que pode podemos nos arrepender para o resto de nossas vidas, mas ás vezes algo acontece no meio do caminho para nos socorrer, quando nem nós sabemos que estamos precisando de ajuda.</p><p align="justify"><br />O roteiro é simples, a princípio o filme pode parecer comum, mas a competência de Rebecca Miller logo tira essa impressão. Tudo ali é tratado com humanidade, desde o roteiro até a trilha sonora de David Rohatyn, e a fotografia, que foi premiada no Independet Spirit.</p><p align="justify"><br />O filme de estréia de Rebecca Miller saiu ovacionado e premiado de Sundance, e levanta questões simples e muito interessantes, nos faz questionar sobre a pessoa que está mais distante de nós: nós mesmos.</p><p align="justify"><br />O que move a sua vida?</p><p align="justify">NOTA: 9,0</p>Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5677380662007107823.post-27188771529625423522008-11-02T11:53:00.000-08:002009-02-02T05:20:22.040-08:00Eu, você e todo mundo (Me and you, and everyone we know, 2005)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHkZD2PokU_Ht72IOmUMzoa5z1u3It0_3c708JzDy91KLxqEdq-FAFH-mgjrOWwCE9XHmxbJ0jbInVCyURBR5DPF10B7PJDtC6UFfuXOtvJKUJv9SNnDA1ngqsGhTsy2vsOjqHS0lbPh4/s1600-h/me_and_you_and_everyone_we_know.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5264151435407319074" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 216px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHkZD2PokU_Ht72IOmUMzoa5z1u3It0_3c708JzDy91KLxqEdq-FAFH-mgjrOWwCE9XHmxbJ0jbInVCyURBR5DPF10B7PJDtC6UFfuXOtvJKUJv9SNnDA1ngqsGhTsy2vsOjqHS0lbPh4/s320/me_and_you_and_everyone_we_know.jpg" border="0" /></a> De vez em quando surgem filmes independentes (ou não) que nos fazem pensar, que nos fazem analisar, e é maravilhoso quando isso acontece, porque é um sinal de que o filme nos tocou de alguma forma, e pra mim, o grande proporcionador disso tudo, é o cinema independente. É impressionante como com tão pouco, ele consegue fazer tanto.<br /><br />Christine Jesperson é uma artista solitária que usa as suas visões artísticas fantásticas para atrair as suas aspirações e os seus objectos de desejo para mais perto de si. Richard Swersey (John Hawkes), um recém-divorciado e pai de dois rapazes, está preparado para acontecerem coisas extraordinárias. Mas quando conhece a cativante Christine, entra em pânico. A vida não é tão clara para Robby, o filho de 7 anos de Richard, que está a viver um romance na internet com uma estranha e o seu irmão de 14 anos, Peter, que se transforma na cobaia das raparigas da vizinhança que com ele praticam para os seus futuros romances e casamentos. Todos procuram laços através de caminhos difíceis e encontram redenção em pequenos momentos que os ligam a alguém na terra.<br /><br />Eu, você e todos nós nada mais é do que um filme sobre a vida, sobre o ser humano, contando nosso cotidiano e como tudo é banal e normal. As vezes algo acontece e nos leva a pensar que só acontece com a gente, mas isso é perfeitamente normal. Um roteiro precioso e cativante, muito humano. Chega quaser indescritível, de tão subjetivo. O cinema subjetivo é fantástico, porque permite várias interpretações, e da forma como você o vê. É triste, é alegre, difícil, é fácil, é complexo, é simples, é tudo isso. E quando um diretor e roteirista chegam a esse ponto, nada mais que normal do que ovacioná-los por extrema simplicidade. Em algum momento do filme, o personagem interpretado por um garoto de 12 anos (mais ou menos), imprime o que seria apenas um monte de sinal de pontuação, mas na interpratação dele significava toda uma sociedade, andando, deitada, parada. É a prova de como Miranda July queria que interpretássemos seu filme, de forma ampla.<br /><br />A diretora que ganhou 4 prêmios em Cannes pelo filme, Miranda July, sobre regular aqui, a comédia, o drama, a solidão, o sexo, de forma linda, poética e acima de tudo, humana. Uma câmera na mão, meia duzia de atores desconhecidos e ela fez um dos melhores filmes do ano.<br /><br />No elenco, não tem nenhuma performance destacável, mas todos fazem o trabalho de forma homogênea e natural, como deve ser. A simplicidade é o objetivo.<br /><br />A trilha sonora é um espetáculo a parte, triste, que varia conforme os sentimentos de seus personagens.<br /><br />Eu, você e todos nós, é um belo exemplo do cinema independente subjetivista e recomendável àquelas que não querem mais do mesmo. Poderoso.<br /><br /><br />NOTA: 9,5Kauan Amorahttp://www.blogger.com/profile/03052041379635539228noreply@blogger.com3