sábado, 18 de agosto de 2007

Questão de vida (Nine Lives, 2005)


O Novo filme do diretor Rodrigo Garcia que ganhou o Leopardo de Ouro e o Leopardo de Bronze de Melhor Atriz (para todas as mulheres do elenco) no Festival de Locarno é um drama independente sobre medos e inseguranças.

Nove episódios independentes que retratam momentos cruciais na vida de suas protagonistas. A presidiária Sandra (Elpidia Carrillo) sonha em voltar a falar com o filho; Diana (Robin Wright Penn) reencontra um antigo amor; Holly (Lisa Gay Hamilton) deseja se vingar de seu padrasto; Samantha (Amanda Seyfried) luta para reconciliar os pais; Sonia (Holly Hunter) fica atordoada quando seus amigos descobrem um segredo; Lorna (Amy Branneman) consola o ex-marido após o suicídio de sua segunda esposa; Ruth (Sissy Spacek) pensa em trair o marido; Camille (Kathy Baker) enfrenta as conseqüências físicas causada pela dependência química; e Maggie (Glenn Close) vive conforme as vontades da filha.

Rodrigo García, filho de Gael García Marquez, prova o que prometeu em Coisas que você pode dizer só de olhar para ela, que é um diretor competentíssimo, unindo com extrema delicadeza essas nove histórias dessas mulheres com seus medos e problemas, o filme é algo tão maravilhoso de se ver, é algo tão terno o cuidado dele com as atrizes, com os closes, planos e tudo mais que se torna uma experiência única. Assim como Todd Field, Rodrigo García é um diretor de atores, que sabe os conduzir.

Sem dúvida a melhor história contada ali, é a (triste) história da personagem da Glenn Close e Dakota Fanning, ver Close contracenando com Fanning é inspirador, é incrível como a Dakota Fanning consegue ser uma maravilhosa atriz mirim, a mais comovente que fecha o filme com chave de ouro. Outras histórias contadas também são muito importantes para o roteiro, como a de Kathy Baker (que tem que lidar com uma doença), Holly Hunter (que tem que lidar com os amigos que descobriram seu segredo) e Lisa Gay Hamilton (que quer se vingar do padrastro, a personagem com maior carga dramática do filme).

Fugindo da nova onde de filmes que contam com personagens e histórias que se intercruzam, como Babel, Crash - No Limite e outros, Questão de Vida não intercruza nenhuma personagem, nenhuma história, sendo dividia de um modo bem grosseiro, as histórias são divididas por nomes, cada uma tem de 10 a 12 minutos e quando acaba já aparece o nome da outra personagem e sua história. Eu diria que foi uma forma bem grosseira, mas isso não agride o filme em absolutamente nada. Nada é perfeito mesmo.

O filme foi exibido na mostra Panorama do Cinema Mundial, no Festival do Rio 2005, maravilhoso, comovente e triste, mas muito mal distribuído no Brasil, é muito difícil de encontrá-lo na locadoras, somente nas maiores.

Os últimos filmes do diretor Rodrigo García foram muito elogiados, alguns consideraram uma injustiça a atriz Robin Wright Penn não ter sido indicada ao Oscar por sua cena, no lugar das despropositadas indicações de Catherine Keener e Frances McDormand em 2006.

"Cada vida tem uma história e cada história merece ser contada" disse García, talvez isso tenha servido de inspiração para ele, afinal são todas mulheres comuns, donas de casa, madames. Ele com certeza enxerga uma beleza no interior da mulher para conhecê-las tão bem.

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